Forte contingente português na Arménia: "Não nos conheciam, agora somos muitas vezes abordados"
ENTREVISTA, PARTE II - Se Gonçalo Silva é o jogador com mais minutos do plantel, Gonçalo Gregório assume-se como o melhor marcador da equipa, com 12 golos. E ainda há Hélder Ferreira e toda a equipa técnica
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O FC Noah tem um cunho marcadamente português, com Rui Mota a liderar uma equipa técnica totalmente composta por lusos e ainda os avançados Gonçalo Gregório e Hélder Ferreira a acompanharem Gonçalo Silva no plantel. O sucesso do clube da Arménia escreve-se também na língua de Camões.
Gonçalo Silva é o jogador do FC Noah com mais minutos em campo, num total de 2088, divididos pelos 24 jogos em que participou, 11 na Liga Conferência e 13 na Liga da Arménia
Já conhecia o treinador? É mais fácil com portugueses por perto?
-Pessoalmente, não conhecia o míster Rui Mota. Sabia que tinha sido durante muitos anos adjunto de Sá Pinto e que tinha feito um grande trabalho na época passada como treinador principal na Geórgia. Sem dúvida alguma, claro que assim é mais fácil. A adaptação foi mais rápida e o facto de toda a equipa técnica ser portuguesa ajuda bastante. Quanto ao míster, é bastante exigente e criterioso, muito humano, com repercussão na qualidade da equipa e união dentro do campo.
E no plantel como vê o contingente luso? Há muitas nacionalidades?
-Temos um plantel com capacidade e tanto o Hélder Ferreira como o Gonçalo Gregório acrescentaram muita qualidade à nossa linha ofensiva, o que se vê se nos seus números individuais. Eles também se adaptaram rapidamente ao país e ao futebol arménio, o que ajudou imenso. Temos um plantel com bastantes nacionalidades, de quase todos os cantos do mundo, é verdade, mas isso não nos impede de termos um balneário unido, capaz de superar as adversidades quando elas aparecem.
Os craques já são abordados na rua
A viver em Yerevan há meio ano, Gonçalo Silva já está adaptado à realidade.
Yerevan tem mais de um milhão de habitantes, é a capital da Arménia e o centro cultural e industrial
Como é o dia a dia em Yerevan?
-É bastante tranquilo. Yerevan, que é a capital, é uma cidade boa para viver, com muitos turistas e inúmeros pontos de interesse.
São conhecidos na rua?
-No início, as pessoas não nos conheciam, mas agora, graças à campanha europeia e ao marketing que o clube faz, somos muitas vezes abordados pelos adeptos.
Em que língua comunicam?
-Como cidade turística, existe bastante gente que fala inglês e esse é o idioma que mais usamos para comunicar.
Não há agitação social na cidade, atendendo ao que se passa em alguns países vizinhos?
-Felizmente, não. A cidade é tranquila e vive-se muito bem, não existe agitação alguma e esperemos que assim continue! Daquilo que tenho experienciado nestes últimos meses, é igual ao nosso país em termos de tranquilidade.
Raio-X
Cidade indicada para passar férias
Gonçalo Silva descreve Yerevan como um local tranquilo e até apropriado para uns dias de férias. “A minha mulher e as minhas filhas já aqui estiveram e foi um período do agrado geral. Vivíamos e desfrutávamos da cidade e das diversões para as crianças sem sobressalto ou problema”.
Diferença horária “complica” televisão
Adepto incondicional do futebol e da liga portuguesa, o defesa não consegue acompanhar, porém, as transmissões televisivas dos jogos, face à diferença horária. Na Arménia são mais quatro horas do que em Portugal. E acresce que muitas vezes, quando o horário dos jogos facilita, o central está em estágio ou em ação no campeonato.
Mais quatro jogos até ao fim do mês
O Noah joga este domingo com o Gandzasar e no dia 15 com o West Armenia, para o campeonato, e tem mais dois jogos até ao fim do mês, ambos para a Liga Conferência: a 12 com o Apoel e a 19 com o Backa Topola. Segue-se a paragem de inverno até fevereiro. Caso a equipa siga em frente na Liga Conferência, este calendário sofrerá alterações.