Bicampeão espanhol enquanto jogador, Luis de la Fuente conquistou, já como treinador, dois Europeus de sub-19 e sub-21, contando com cinco representantes desses grupos no plantel atual
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Doze anos depois, Espanha volta a estar na final de um Europeu, tendo a oportunidade de o conquistar pela quarta vez. Ao leme está um homem da casa, com provas dadas nas seleções jovens - uma das suas grandes paixões, transposta na perfeição para a formação principal da Roja.
Antigo lateral-esquerdo (duas vezes campeão espanhol pelo Athletic Bilbau), Luis de la Fuente chegou às categorias de base da federação espanhola em 2013 e começou a construir a sua reputação como formador de jovens ao conquistar o Campeonato da Europa de sub-19 em 2015, numa equipa onde constavam Mikel Merino e Unai Simón. Quatro anos depois, repetiu a façanha na categoria de sub-21, com vários repetentes, aos quais juntou nomes como Fabián Ruiz, Dani Olmo ou Mikel Oyarzabal.
Esse fascínio com o futebol jovem pode constatar-se ainda hoje, ao olhar para os elementos que mais têm entusiasmado nesta seleção espanhola: Nico Williams, de 21 anos, e principalmente Lamine Yamal, com apenas 16. De la Fuente não teve reticências em chamar o prodígio do Barcelona, optando por deixar nomes bem mais consagrados em casa - com Asensio, do PSG, à cabeça.
Desde que assumiu a seleção espanhola, o técnico de 62 anos deixou bem claras as diferenças em relação ao antecessor. Preconiza a posse de bola e o domínio, sim, mas sempre com os olhos postos na baliza contrária: Espanha passou a causar o pânico pelas alas e até recuperou o 9 tradicional, na figura do capitão Morata.
Na vida privada, quem o conhece fala de uma pessoa tranquila, discreta, religiosa e muito apegada às raízes - tem o seu nome já gravado no estádio de Haro, a sua terra natal, bem como num torneio local. Filho de um marinheiro e de uma comercial, tem três filhos com a esposa de longa data, uma sevilhana que se apaixonou por um romântico inveterado - é fã confesso de Julio Iglesias, que imita sempre que pode em karaokes.
A única mancha no perfil surgiu por altura do aplauso de pé a Luis Rubiales: a justificação que deu posteriormente, argumentando que havia sido um impulso de momento, não foi bem acolhida na altura. Volvidos onze meses, uma vitória na final de Berlim pode valer-lhe o perdão supremo.