Fernando Santos: "O mar estava muito encapelado e a barca ia com muita azia"
Declarações de Fernando Santos na ressaca da derrota de Portugal, por 4-2, com a Alemanha, na segunda jornada do Grupo F do Euro'2020
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As horas a seguir ao jogo: "A seguir ao jogo, o mar estava muito encapelado e a barca ia com muita azia, o que é perfeitamente normal. A viagem de avião foi o que foi; chegámos, foi cada um comer e ir para os quartos. É um momento muito individual, de abatimento. A uns pesa muito mais, mas todos, sem exceção, abatidos",
Novo dia: "Mas, hoje de manhã, quando se levantaram - e por isso nem tivemos pequeno-almoço, deixei-os ficar mais livres -, ao almoço ainda se sentia ali um bocadinho como que de acordar de um sonho que, afinal, se tornou um pesadelo. A partir daí, depois de estarem todos juntos, de começarem a conversar normalmente, não só os jogadores, todos nós, obviamente, vamo-nos apoiando, puxamos uns pelos outros. Agora, a equipa já está outra vez muito alegre a treinar, como vocês viram. Treinou muito bem."
O ambiente: "Em relação a esse ambiente, não tenho dúvidas. Esta equipa tem muita gente que já passou por isto algumas vezes. Felizmente, muito menos do que outros, mas, já passou por isto várias vezes, já perdeu finais, já perdeu campeonatos. São jogadores que jogam em grandes ligas. E também a própria equipa já passou por isto, sabe como tem de reagir. Acho que, hoje à noite, já vai ser diferente e amanhã, então, não tenho dúvida nenhuma..."
Didier Deschamps já assumiu que vai ser um jogo muito difícil e vai refrescar a equipa: "Sim, vamos ver como é que são os treinos, mas, depois de dois jogos muito intensos, um e outro muito intensos, basta olhar para o número de quilómetros que os jogadores correram. É normal que possa acontecer ter de refrescar a equipa aqui ou acolá, pontualmente. Mas, isso também é importante dizer: não tem a ver com castigo, isso não faço. Agora, se for uma opção tática, estratégica, para o jogo ou, na realidade, nesse caso de a fadiga se estar a manifestar e eu e os meus colaboradores entendermos que se deve refrescar...."
A convicção de que Portugal pode só ir embora após o dia 11 de julho: "A minha convicção é que Portugal pode ir à final e pode vencer. A minha convicção e o meu desejo. Agora, para isso, obviamente, temos de ser fortes, temos de ser capazes, temos de passar os adversários. Mais importante, e acredito que vamos conseguir, é garantir o apuramento. Depois, é jogo a jogo e acredito que tudo pode acontecer."
O que tem hoje a dizer para acalmar a desilusão e a tristeza dos adeptos: "O que tenho a dizer é o compromisso que sempre tivemos. É aquilo que já disse há cinco anos, quando também os adeptos estavam um pouco desiludidos com a Seleção e manifestavam-se, com todo o direito. Manifestavam-se em relação à Seleção, aos resultados, aos empates, aos jogos, essas coisas todas. Como noutras ocasiões aconteceu assim, também. Sempre lhes disse que connosco podem contar sempre; nós vamos fazer tudo para dar alegrias. Temos dado muitas. Felizmente, já demos muitas a Portugal. Mas, não gostamos nada de dar tristezas. Portanto, a seguir a uma tristeza, queremos dar, novamente, uma alegria."