Estreou-se a marcar na LaLiga e é exemplo de superação: "Quase morreu duas vezes"
Saúl Coco representa atualmente o Las Palmas na primeira divisão espanhola, mas já esteve por duas vezes às portas da morte, primeiro quando contraiu malária e depois na sequência de um acidente de viação, em que embateu contra um muro.
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Aos 24 anos, Saúl Coco estreou-se a marcar na LaLiga com um golaço em casa do Villarreal, no domingo, num jogo em que o Las Palmas venceu por 2-1, motivando uma conversa entre o jornal Marca e o pai do central guineense, que tem uma história de vida repleta de superação.
Internacional pela Guiné Equatorial, Coco encontrou-se pela primeira vez numa situação de aperto em dezembro de 2019, quando contraiu malária depois de ter sido convocado pela seleção.
"Vi Saúl muito cansado depois de um jogo e disse-lhe para vir para Lanzarote. Parecia um zombie, nem sequer nos reconhecia. Os médicos não sabiam o que tinha e, quando disse que vinha de África, soaram os alarmes. Tiveram de induzir um coma e ele esteve perto de morrer", relatou o pai.
Dois meses depois de ter recuperado da doença, a morte voltou a ficar perigosamente perto do jogador, que embateu contra um muro num acidente de viação, sofrendo fraturas nos pulsos e uma ferida aberta num joelho, tendo inclusive de esperar 40 minutos pela chegada de uma ambulância.
"O impacto foi tão forte que eu pensei realmente que ele tinha morrido. Ele caiu no chão depois desse impacto. Eu fiquei imobilizado, com a sensação de que algo muito mau tinha acontecido", recordou Yoni Oujo, treinador da equipa C do Las Palmas, onde Saúl Coco jogava na altura, sendo complementado pelo pai: "Se ele não tivesse posto as mãos [à frente], não sei o que teria acontecido".
Apesar das duas experiências aterradoras num tão curto espaço de tempo, o central não se deixou afetar e, dez meses depois do acidente, fez a sua estreia na equipa principal do Las Palmas: "O rapaz recuperou bem. Eu lembro-me que ele estreou-se na segunda divisão e não aconteceu nada. Talvez estivesse nervoso, mas isso não o impediu de chegar à primeira divisão. Ele mostrou muita maturidade para chegar onde está", salientou o técnico.
De resto, também o Basin Coco demonstrou muito orgulho pela história de superação do filho, admitindo ter ficado emocionado quando assistiu ao seu golaço frente ao Villarreal: "Enquanto pai, não podia estar mais orgulhoso pelo que o meu filho está a atingir. É um sonho vê-lo a jogar e a marcar na primeira divisão. Eu bebi as minhas lágrimas, ele quase morreu duas vezes", sentenciou.
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