Eric Dier elogia formação do Sporting: "Quem faltava à escola não jogava..."
O central do Bayern cumpriu a maior parte da formação em Alcochete e referiu-se à mesma como um exemplo a seguir em Inglaterra
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Eric Dier, central que se transferiu do Tottenham para o Bayern em janeiro, recordou na segunda-feira com saudade os tempos que passou na Academia de Alcochete, onde cumpriu a maioria da formação, dizendo que a forma como o Sporting forma os seus jovens deve ser vista como um exemplo para os clubes ingleses.
“Tive muita sorte por ter crescido no Sporting, onde foram incríveis a cuidar de nós como seres humanos desde os oito anos de idade. A forma como nos disciplinaram, como nos ensinaram tudo, os princípios que nos incutiram para nos comportarmos e sermos boas pessoas eram tão fortes...O clube está obviamente numa posição poderosa, porque sendo um dos grandes em Portugal, todas as crianças querem jogar lá e é por isso que podem fazer isso», refletiu, em direto para o podcast “The Overlap”, de Gary Neville, traçando um claro contraste com o que sucede nas academias inglesas.
“Em Inglaterra, temos o problema de haver 20 clubes da Premier League que podem pagar a esses jovens quantias absurdas de dinheiro e, se o jogador não gostar da maneira como o clube faz alguma coisa com ele, muda-se para o Chelsea ou Liverpool, e acho que isso é um grande problema na formação de jovens. Acho que é preciso encontrar uma maneira de dar aos clubes mais poder sobre os jovens jogadores, para que eles não possam simplesmente atirar os brinquedos para fora do carrinho e irem embora. Eles não recebem a educação certa sobre como agir quando são jovens e no Tottenham isso costumava irritar-me. Quando vinham treinar connosco, eles nem sequer conseguiam apertar-te a mão e simplesmente olhar-te nos seus olhos e dizer bom dia”, reclamou.
Nesse sentido, o central inglês, de 30 anos, que registou 31 jogos ao serviço da equipa principal dos leões, entre 2012 e 2014, antes de dar entrada na Premier League pela porta dos spurs, revelou algumas das regras aplicadas aos jovens em Alcochete.
“Eu lembro-me que no Sporting, quando era criança, tinha de apertar a mão a toda a gente porque morava na Academia. Se não fizesse a minha cama, não podia sair ao fim de semana. Não importava se vinha a minha mãe ou o meu pai. E é um hábito que mantive a vida toda. Tínhamos sempre essas pequenas coisas. Quem faltasse à escola, não jogava no fim de semana, não importava se era o Benfica ou qualquer outro adversário”, concluiu.