"Em janeiro tive propostas, inclusive da I Liga, mas tinha contrato e cláusula"
Um ano após ter subido o Al Kholood ao primeiro escalão saudita, o português Fabiano Flora repetiu a dose no Al Diriyah. Com experiência na formação e no profissional, diz-se “pronto para treinar tranquilamente em qualquer liga”
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Em termos de objetivos, até quando é que se vê a treinar na Arábia?
—Não faço ideia. No mercado de janeiro já tive outras propostas, inclusive da I Liga de Portugal, para ser treinador principal. Mas tinha contrato e uma cláusula que não me permitiu sair. A juntar a isso, estava satisfeito com o meu trabalho no Al Diriyah. Queria levar este projeto até ao final do contrato. Quanto ao futuro, nunca se sabe. Posso ficar no Al Diriyah, que é um projeto sério, com pessoas de grande valor. E não escondo que gostava de levar o Al Diriyah à Premier League saudita. Mas tudo depende do projeto que me apresentarem e da sua solidez. Se vir que há interesse real para que possa fazer um trabalho de excelência, porque não?
Voltar a Portugal é uma meta definida?
—Não tenho metas. Sei que, mais cedo ou mais tarde, pode e vai acontecer, mas, para já, não há metas. Depende do mercado. Sinto-me feliz onde estou, gosto do clube e dá-me imenso prazer ajudar a criar aquilo que criámos até agora. Gostava de dar continuidade à história que estamos a construir. Sobre um eventual regresso, seria convencido a voltar a Portugal pela possibilidade de estar mais perto da minha família. Neste momento, não há outro motivo óbvio. Sei perfeitamente que posso treinar tranquilamente em qualquer liga. Sinto-me completamente preparado para qualquer coisa, mas a família é e será sempre uma motivação grande. Gostava de estar mais perto da minha esposa e das minhas filhas.
Foi, durante vários anos, treinador na formação de diversos clubes. Benfica, Lázio, PSG... Que talento marcou mais o Fabiano na passagem por clubes dessa craveira?
—Comecei a minha carreira na Lázio. Estive cinco anos em Itália, onde fiz o curso UEFA com o Roberto Baggio e outra malta conhecida na escola italiana. Fiz a minha formação com o treinador da Lázio. Tínhamos connosco o Danilo Cataldi, médio que agora joga na Fiorentina, e isto até é curioso. Eu fiz o relatório dele e determinámos que não tinha qualidade por aí além. Foi emprestado a um clube dos arredores de Roma e, um ano depois, foi um dos únicos que chegou à equipa principal... Agora está em Florença. Foi um miúdo que ajudei a crescer, mas nunca pensei que chegasse a este nível.