Antigo guarda-redes na formação do Chacarita Juniors, é sócio e adepto do Boca Juniors
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Javier Milei venceu no domingo as eleições presidenciais na Argentina, com 55,72% dos votos, beneficiando da crise do país e da vontade da população de uma mudança, numa corrida eleitoral contra o atual ministro das finanças, Sergio Massa. Milei, economista, do partido La Libertad Avanza, será o presidente argentino a partir de 10 de dezembro.
A hiperinflação do país, a insegurança e violencia crescentes, a utilização do "dólar blue" (moeda de circulação no país em paralelo com o peso argentino), foram aspetos que levaram os argentinos a arriscarem e votarem no polémico candidato de direita Javier Milei, que se define como "anticastas" e promete acabar com a corrupção do "peronismo" simplificando a estrutura governamental com medidas radicais, assim como fechar o Banco Central e dolarizar a economia da Argentina.
E uma cartada importante para a eleição de Javier Milei foi a sua forte ligação ao futebol, nomeadamente o apoio de Maurício Macri, antigo presidente argentino e também do Boca Juniors, ao qual se candidata de novo contra Riquelme - a 2 de dezembro Milei apoiará Macri nas eleições do Boca.
"Se Macri considerar que eu posso ser útil para recuperar a grandeza e o brilho que o Boca teve durante a sua administração, não tenho nenhum problema em ajudá-lo, obviamente", disse recentemente Milei. E Macri confirmou: "Na noite do encontro com Javier Milei ele disse-me: 'Preciso de ti para recuperar a alegria de ser adepto do Boca que tinha perdido desde que Riquelme se tornou presidente'".
Milei foi guarda-redes na formação do Chacarita Juniors, fã do ex-selecionador Carlos Bilardo por este ser um "estudioso" e sócio do Boca Juniors. Tem o estatuto de sócio fundador do Boca e confessou que tinha deixado de apoiar a equipa por causa de Riquelme e Gago: "Deixei de ir ao estádio quando Palermo se retirou porque não aguentei a tristeza. Quando o ex-presidente Angelici na sua última etapa trouxe Juan Román Riquelme num ato de populismo, sabia que era um roubo, disse 'já m,e chega com viver num país populista'. E quando trouxeram o Gago, um cinco sem marcação, não existe, para mim um trinco tem de ser um criminoso, aí fiz-me anti-Boca. Agora que ele já não joga simplesmente não sou do Boca". O afastamento do Boca levou-o até a apoiar o River Plate na final da Libertadores de 2018.
Javier Milei tem uma estrela no museu do Boca Juniors que o identifica como sócio fundador, um reconhecimento que Macri deu aos associados que compraram o espaço no final da década de 1990.
"Foi integrado no plantel do Chacarita entre os 13 e os 14 anos, talvez aos 12. Sempre na baliza, exatamente como é na vida, era guarda-redes. Atirava-se para todo o lado, não se importava com nada, era um daqueles tipos fortes, grande, um pouco louco, porque lhe chamávamos El Loco Milei. Além disso, era um bom guarda-redes", recorda o antigo futebolista Gabriel Bonomi ao Infobae.
"Quando estava na baliza, transfigurava-se. Vestia a camisola e fazia loucuras na baliza, mergulhava de cabeça, coisas que nos faziam dizer 'este tipo é completamente louco'", junta o ex-colega Perico Pérez.
Contudo, a carreira de Milei foi curta, travada por uma lesão.