Deco foi apresentado oficialmente como diretor desportivo do Barcelona na manhã desta quarta-feira, sucedendo a Mateu Alemany.
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Regresso a Barcelona: "Voltar aqui é algo que me dá arrepios. É um clube onde eu sonhava jogar quando era miúdo. Nunca me imaginei a jogar. Tive dificuldades. Nos anos em que cá estive, aprendi muito sobre o clube, o que significa... Quando saí, segui o meu caminho, mas levei os valores comigo. Segui a minha rotina e a minha forma de pensar. Quando me reformei, trabalhei com jogadores, clubes, prestei consultoria a equipas... Tive a opção de trabalhar no FC Porto, no Fluminense... A minha família e os meus filhos foram sempre uma prioridade. Voltar aqui não foi uma decisão fácil, estou a deixar para trás muitas coisas importantes que criei: uma empresa sólida. Estou a deixar empregados e pessoas que confiaram em mim, estou longe dos meus filhos. Mas, no fim de contas, estar aqui é uma responsabilidade muito grande, eu sei. Mas é a dimensão de um projeto que me entusiasma. Desde que Laporta ganhou, falamos muito, às vezes ele tem em conta a minha opinião e outras vezes não."
Progresso: "Precisamos de tempo e tranquilidade para criar um projeto, e Xavi deu-nos isso. Desde que Laporta ganhou as eleições, tivemos momentos em que não falámos de futebol. Xavi chegou e teve a coragem de chegar num momento impreciso. Mas agora é um momento difícil, o plantel é muito competitivo. Conseguimos voltar ao sítio onde merecemos estar. Sinto-me orgulhoso por estar aqui. Gosto de trabalhar, por isso aceitei este desafio. Nos últimos meses, estive com Mateu Alemany e Jordi, que são pessoas do futebol. Aprendemos muitas coisas uns com os outros. Tenho muito respeito pelo Mateu, ele está a seguir o seu próprio caminho por decisão própria. O clube tomou uma decisão. É por isso que estou aqui. Nos últimos meses, fizemos muitos progressos. É muito bom ver o clube a trazer gente do futebol, Bojan Krkic, Sergi Barjuán, Rafa Márquez... é muito emocionante. Estamos a fazer progressos em coisas importantes. Temos um plantel equilibrado, dentro das possibilidades do clube. No ano passado, foi feito um esforço importante e, este ano, fizemos um equilíbrio justo do plantel. A equipa é equilibrada e competitiva, que é o que o treinador pretende. E a massa salarial foi reduzida. As saídas de Piqué, Alba, Busquets... não são fáceis. Eles deram muito e não é fácil substituí-los. Mas estamos no bom caminho. Estou orgulhoso de estar aqui."
Xavi renovou contrato: "Fomos parceiros enquanto jogadores. Ele percebe de treino e eu percebo de gestão. Ganhou a sua continuidade, não por ser uma figura de proa do clube. Ganhou-a como treinador. E é assim que as coisas são. Não se dá nada de mão beijada. Ele mereceu-o."
Félix e Cancelo: "Chegaram quase à última hora. Trazem muito em termos de equilíbrio do plantel, mas têm de o provar aqui. Iremos avaliá-los durante a época. Sabemos o esforço que fizeram para vir para cá. O Barça continua a entusiasmar os jogadores. Esperamos muito deles. Nem Cancelo nem João Félix têm opção de compra. É uma cedência simples, de um ano. Se estiverem bem, tentaremos ficar com eles, mas, de momento, é um empréstimo."
Liga dos Campeões: "Xavi conhece a pressão no banco. Não é uma obrigação, trata-se de competir. Há que dar-lhes as ferramentas. Vamos atrás de títulos, queremos ganhá-los, mas não está no nosso contrato ganhar a Liga dos Campeões. Mas, claro, é normal querer ganhá-la."
Regresso de Messi falhou: "O Leo é um amigo, gosto muito dele. Falo com ele às vezes, mas agora menos porque está longe. Todos queremos ter o Leo. Não há discussão. Mas não foi possível. É o melhor futebolista da história do clube. Vejo-o feliz e a marcar mais golos do que nunca no Inter Miami. Desejo-lhe as maiores felicidades."