Discussão sobre a mudança de calendário do Mundial, defendida por responsáveis da FIFA, é "uma perda de tempo", entende o dirigente máximo do órgão da América do Sul
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A posição de discórdia da CONMEBOL quanto a um Mundial bienal continua(rá) irredutível. O presidente do órgão que tutela o futebol sul-americano reiterou, à "Associated Press", que a competição deve manter a mesma periodicidade.
"A CONMEBOL não vai jogar a cada dois anos, isso é ponto assente. Não há hipótese. Esse plano morreu à nascença, deixámos isso bem claro [À FIFA] desde o primeiro dia", afimrou Alejandro Dominguez, citado pela agência noticiosa.
O líder da CONMEBOL considerou que a discussão sobre a mudança de calendário do Mundial, defendida por responsáveis da FIFA, é "uma perda de tempo", tendo duvidado que se consiga concretizar sem apoio de duas organizações.
"Sem os [votos a favor] das equipas sul-americanas [CONMEBOL] e europeias [UEFA], tenho dúvidas de que [a FIFA] possa conseguir as receitas de que [Infantino] fala", referiu Alejandro Dominguez, à "Associated Press".
Apesar da reprovação de várias entidades desportivas, o organismo que tutela o futebol mundial antecipa subida de receitas de bilheteira, patrocínios e direitos de transmissão televisiva com Mundiais de dois em dois anos.
A FIFA, apoiada por 165 federações, prevê criação de 180 mil milhões de euros, bolo esse que pode "diminuir o fosso" entre a Europa e o resto do Mundo, encurtar a margem que separa "ricos e pobres" e permitir investimento global.
A proposta da FIFA para a realização do Mundial a cada dois anos será discutida e votada em março deste ano. As 55 federações da UEFA e as dez da CONMEBOL recusam, como se sabe, a mudança do calendário.