"Com 27 anos, não conseguia falar em público. Tremia e suava por todos os lados"

Em busca do tricampeonato. O terceiro é o mais difícil? "Não sei, porque não ganhei. Bela pergunta, mas vou dizer o que costumo dizer: um jogo de cada vez, o nosso calendário é duro, difícil, não vamos jogar todos ao mesmo tempo, treinar bem durante a semana, desfrutar da vida, tenho mais tempo para desfrutar dos amigos [n.d.r Palmeiras foi eliminado das outras competições e só joga o campeonato], ir a novos restaurantes, coisa que fiz pouco. Estou a começar a conhecer São Paulo e pode ser perigoso (risos), porque é uma cidade maravilhosa. Sempre com minha esposa e filhas. A exigência que tenho com meus jogadores, coloco nas minhas filhas. A vida não vai ser só rosas, seja na profissão que for, vai criar obstáculos. Olham para o Abel agora, não sabem do que tive de abdicar. Com 27 anos, não conseguia falar em público. Se eu consigo, todos conseguem. Como? Técnicas, estudar, tirar cursos, nas primeiras vezes tremia e suava por todos os lados. Se dissessem que um dia ia conseguir falar para uma plateia, diria que não conseguiria, era impossível. Os nossos maiores limites somos nós mesmos, que pomos entraves ao nosso futuro. Não se paga imposto para pensar positivo. Por que não pensar assim? A vida é maravilhosa por isso, vale a pena vivê-la."

Eliminações na Taça do Brasil e na Libertadores: "Foram eliminações pesadas, mas não houve esforço? O baque [o embate/a queda] só tem que ser emocional quando não nos esforçamos. É preciso saber perder e a forma como se perde. Só cobro isso dos meus jogadores. Eles são incríveis nisso. Tenho um orgulho tremendo, porque eles não desistem. Às vezes vamos perder, nunca prometi títulos, só posso prometer atitude, jogar para ganhar, sempre até ao fim pelo melhor resultado. Sinceramente, aqui estamos todos de acordo que os meus jogadores são incríveis, independente se vamos ganhar ou não. Só cobro que eles deem o melhor que puderem."