Buffon aponta: "Se tivesses a sorte de ver Cristiano Ronaldo na bancada..."
Lendário guarda-redes italiano coincidiu com o astro português na sua passagem pela Juventus
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Retirado dos relvados desde 2023, Gianluigi Buffon apresentou esta quarta-feira um livro sobre a sua carreira, intitulado “Cai, levanta-te, cai, volta a levantar-te", numa livraria em Roma, tendo respondido a várias questões da comunicação social italiana.
Desde logo, o lendário guarda-redes, de 46 anos, garantiu que não sente falta do futebol porque nunca voltará “a experimentar as emoções como protagonista, com enormes responsabilidades”. Nesse sentido, tentou explicar o que é preciso para alguém ter sucesso à frente da baliza.
“É preciso ter habilidade e caráter. Há que ser masoquista, só tens de defender, quase nunca tens a verdadeira satisfação de marcar um golo ou de registar algo importante. Há que ser desinteressado e também um pouco louco”, atirou, bem-disposto, prosseguindo: “Quem é o melhor guardião da história? Seria presunçoso dizer que sou eu, mas em termos de longevidade da minha carreira e do meu rendimento, houve muito poucos como eu”.
Admitindo que cometeu “muitos erros, mas também alguns positivos” durante os seus quase 30 anos de carreira, Buffon, que representou o Parma, Juventus e PSG, vincou que aprendeu sempre com todos.
“Aprendi muito com os erros, sempre os paguei com a minha própria pele. Quando não há ninguém que se coloque entre ti e a crítica, às vezes enganosa, às vezes justa, atinge-te. A única forma de ser melhor pessoa é errar, pagar e voltar a começar. Cair e voltar a levantar é uma metáfora da vida: caíres acontece muitas vezes, mas tens sempre de encontrar a razão para te voltares a levantar. Isso é o aspeto inspirador da vida”, refletiu, aludindo ao título da sua obra.
De resto, o campeão do Mundo por Itália em 2006 foi questionado sobre quais os melhores colegas de equipa estrangeiros que teve, com Buffon a destacar Cristiano Ronaldo, com quem coincidiu na Juventus entre 2019 e 2021.
“Os rapazes que me chegaram ao coração são Tévez, Dani Alves e Thuram, assim como Mario Stanic. Recordo-os com muito carinho porque tinham uma alma especial. A entidade de Cristiano Ronaldo era genial, extremamente consciente do que é e representa, mas se tivesses a sorte de o ver na bancada, entendias a fragilidade que ele podia ter e as dificuldades que tinha de superar”, completou.