Jogo de Bratislava foi o segundo dos últimos dez de Portugal que o médio resolveu por conta própria.
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A cada jogo que passa, Bruno Fernandes vai aumentando o capital de importância na Seleção Nacional.
Anteontem, o triunfo alcançado na Eslováquia (1-0) teve o carimbo do médio, que, com o grande golo que anotou (43"), garantiu a conquista dos três pontos, confirmando também o melhor arranque de sempre de Portugal em fases de qualificação.
Ora, ver o camisola 8 a resolver uma partida por conta própria foi uma espécie de "déjà-vu" e não é preciso recuar assim tanto tempo para dar de caras com a última vez que tal aconteceu.
Na fase de grupos do Mundial"2022, a equipa das Quinas bateu o Uruguai por 2-0, graças a um "bis" do capitão do Manchester United. Caso para dizer que Bruno está a tomar o gosto às decisões a solo, até porque, olhando para os últimos dez jogos da Seleção, dos quais participou em nove, só ele conseguiu fazê-lo em mais de uma ocasião. Cristiano Ronaldo é quem mais perto fica do criativo: o capitão selou a vitória sobre a Islândia, em junho último, e também teve interferência direta no triunfo sobre o Gana (3-2), no Catar, mas aí Félix e Rafael Leão também faturaram.
Aliado a esta tendência para decidir, há outro dado a suportar a influência crescente de Bruno Fernandes nos resultados da armada lusa. Olhando, novamente, para a última dezena de encontros de Portugal - cinco no Mundial e cinco neste apuramento -, é possível conferir que a equipa nacional amealhou 27 golos. Ora, desse somatório, dez contaram com a participação direta do jogador natural da Maia: cinco marcados e outros tantos oferecidos. Contas feitas, o "Magnífico", como lhe chamam os adeptos dos "red devils", esteve diretamente ligado a 37% das finalizações certeiras da equipa das "Quinas", ou seja, mais de um terço do total. O mais próximo (ver quadro) é, novamente, Ronaldo, mas a distância entre o duo é considerável. Com seis golos marcados, mas nenhuma assistência, CR7 tem um peso de 22%. Bernardo Silva fecha o "pódio", seguido por Gonçalo Ramos e Leão.
Os números não deixam margem para dúvidas. Bruno Fernandes, 29 anos, "reclamou" protagonismo no seio da Seleção e vai prosperando nesse papel principal. Mantendo a cadência, baterá os registos de outros nomes de vulto do futebol português. Essa marcha, aliás, já começou. Com o golo em Bratislava, o 16.º por Portugal, ultrapassou os 15 tentos de Rui Jordão, fixando-se como 14.º melhor marcador da história da Seleção.