Brilha nos Wolves e revela: "Tento imitar Cristiano Ronaldo, que é um caso à parte"
ENTREVISTA (Parte 1) - Após duas épocas na penumbra, Pedro Neto não tem parado de surpreender no Wolverhampton. Por entre arrancadas e golos decisivos, o jovem "lobo" português acelera para a afirmação.
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Mal salta para o relvado, Pedro Neto tem o condão de centrar atenções. Tamanho encanto é conseguido à conta de uma mistura explosiva: talento e muito trabalho. De outra forma não vingaria no Wolverhampton e no exigente futebol inglês.
Rio Ferdinand disse que você "tem alguma coisa" de especial e que o impressiona pela "calma frente à baliza, pela energia e poder físico". Como é que vingou tão rapidamente na Premier League?
-O Ferdinand foi um grande jogador, conquistou muitos títulos e já defrontou grandes jogadores, pelo que é muito especial e motivo de orgulho ouvir dele esses elogios. Trabalho para isso e para ser o melhor. A minha afirmação deve-se ao meu esforço, à ajuda de todos os colegas de equipa e ao trabalho de todo o staff técnico do Wolverhampton. Tentei adaptar-me rapidamente à forma de jogar da equipa e ao futebol físico da Premier League. Implica muitos vaivéns e essa é uma das minhas características. Sou um jogador de contra-ataque e encaixei bem no estilo de jogo das equipa. Sinto-me muito bem neste momento.
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Contra o Tottenham teve uma jogada brilhante pela direita, a deixar para trás três adversários, que deixou os adeptos maravilhados. Apetece-lhe sempre fazer isso ou modera as fintas para não fazer desesperar o treinador?
-Tudo depende da forma como está o jogo. Se tiver que driblar, faço-o; se tiver que passar a bola, faço o passe. Nesse momento, frente ao Tottenham, estávamos a ganhar e resolvi arriscar, saindo em drible. Resultou, de facto, num lance bonito.
Dos quatro golos que já apontou nesta época, qual foi o mais marcante?
-Tirando o que marquei ao Watford, num jogo em que perdemos, são todos inesquecíveis. Na minha estreia, contribuí para uma goleada sobre o Pyunik, na Liga Europa; dei início a uma reviravolta frente ao Southampton e voltei a marcar num jogo contra o Olympiacos. O Wolverhampton também estava a perder esse jogo e saiu da Grécia com um empate. Foi muito importante esse resultado.
"O futebol inglês é o mais encantador do mundo. Era um sonho de criança"
Jogar no futebol inglês era uma meta que tinha ou apareceu como alternativa para relançar a carreira?
-O futebol inglês é o mais encantador do mundo. Era um sonho de criança. Nessa altura, assistia pela televisão aos jogos do Cristiano Ronaldo, que era a minha referência, pelo Manchester United e pensava que também gostaria de atuar naquela liga fabulosa. É motivo de orgulho estar aqui, trabalhei sempre por este sonho.
É vidrado no trabalho físico, como Cristiano Ronaldo?
-Esse é um caso à parte. Tento imitá-lo. Se queremos ser os melhores, devemos imitar quem já é assim. Sempre fiz trabalho físico extra, mas agora faço-o de forma mais completa depois de ter montado um ginásio em casa.
O que sente ao olhar para classificação, vendo acima do Wolverhampton apenas clubes que já foram campeões em Inglaterra?
-Estamos muito orgulhosos da nossa classificação e acreditamos que podemos fazer melhor. Pensamos sempre assim. Temos capacidade para fazermos grandes coisas. Dizem aqui que somos a equipa "hard-work". É essa a nossa imagem de marca: trabalho no duro e união.
Tudo mudará se Nuno Espírito Santo partir no fim da época?
-Diz-se muita coisa sobre o treinador, mas a equipa não pensa nisso. Está muito bem. Confiamos muito no míster, tal como ele confia muito em nós. Só estamos focados no trabalho.