Botafogo segue na Libertadores com Ancelotti a ver: "Não lhe vou dizer nada"
Equipa de Renato Paiva precisava de vencer o Universidade de Chile para passar a fase de grupos da Taça Libertadores e foi isso que fez, mesmo reduzido a dez unidades desde os 27 minutos
Corpo do artigo
O Botafogo, treinado pelo português Renato Paiva, qualificou-se na madrugada desta quarta-feira para os oitavos de final da Taça Libertadores, na última jornada da fase de grupos, ao vencer por 1-0 na receção ao Universidade de Chile, num jogo em que ficou em inferioridade numérica muito cedo.
Com o novo selecionador brasileiro Carlo Ancelotti nas bancadas do estádio Nilton Santos, o “Fogão” viu-se numa situação semelhante à que atravessou na final da anterior edição da Libertadores, na qual venceu o Atlético Mineiro (3-1) ao leme de Artur Jorge, ao ficar com menos um jogador ainda na primeira parte, na sequência da expulsão de Jair, aos 27 minutos.
Apesar disso, a equipa agora liderada por Paiva até precisou de apenas 11 minutos para se colocar em vantagem, através de Igor Jesus (38’), num golo que acabou por ser decisivo, permitindo que o campeão em título se mantivesse na prova e relegando os chilenos para a Taça Sul-Americana.
Após a partida, Renato Paiva elogiou o apoio que a sua equipa recebeu dos adeptos mesmo após a expulsão e garantiu ainda que não vai falar com Ancelotti sobre o facto de não ter incluído nenhum jogador do Botafogo na sua primeira convocatória - Igor Jesus e o ex-FC Porto Alex Telles estavam na lista preliminar.
“Disseram ali dentro que jogámos com dez por muito tempo. Não jogámos não. Começámos com 12 e, quando o Jair foi expulso, jogámos com 11. Os adeptos deixam qualquer profissional deste clube sem palavras. Começámos a ganhar o jogo na receção que tivemos no autocarro, o mosaico fantástico a gerar um ambiente de grande apoio e de alguma intimidação ao adversário. Depois, naquele momento em que era mais fácil entrar em descrença, não acreditar, dizer ‘Ih, outra vez...’, foi o momento em que eles equilibraram o jogo da forma que fizeram, com um apoio constante durante os 90 e muitos minutos. Era praticamente impossível ganhar ou manter a vantagem durante o jogo se não fosse primeiro o 12.º jogador. Depois, o 11º. A primeira palavra é de agradecimento à massa adepta pelo trabalho que fez antes e durante o jogo. Foram fundamentais”, agradeceu.
“Eu não vou dizer nada ao Ancelotti porque não preciso, é o treinador mais vencedor do mundo. Hoje ele veio aqui exatamente para ver os jogadores e tudo aquilo que eu disser ao meu colega Ancelotti é redundante, porque ele certamente viu com muita atenção. A partir daí, eu nunca interferiria num trabalho que não é meu, é dele. Ele tem a grandíssima responsabilidade e dificuldade de escolher uma relação de jogadores num país que, para mim, é o maior e melhor na produção de jogadores e da seleção mais vencedora. Acho que ele já tem problemas suficientes, tem olhos para ver e uma experiência enorme. Se lhe telefonasse, não seria para sugerir o Igor, seria para desejar toda sorte do mundo e que é um grande orgulho para o povo brasileiro e para ele também treinar esta seleção”, apontou.
O Botafogo fechou o Grupo A da Taça Libertadores na segunda posição, com os mesmos 12 pontos do líder Estudiantes e à frente do Universidade de Chile (dez) e do Carabobo (um).