Bordéus em risco de "desaparecer": Gerárd Lopez fala em "situação crítica"
Acionista maioritário da SAD do Boavista também é proprietário do histórico clube francês, que foi despromovido para a terceira divisão por falta de garantias financeiras e corre o risco de falência
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Gerárd Lopez, acionista maioriário da SAD do Boavista e proprietário do Bordéus, falou em quarta-feira sobre a “situação crítica” que vive o histórico clube francês, que desceu à terceira divisão na secretaria – ficou em 12.º lugar desportivamente – por falta de garantias financeiras para competir na Ligue 2, correndo um sério risco de “desaparecer”.
Já depois da confirmação dessa despromoção, a 9 de julho, - recurso à decisão será avaliado daqui a cinco dias - o antigo campeão de França esteve em negociações com o grupo norte-americano Fenway Sports Group (FSG), dono do Liverpool, mas o negócio caiu por terra, com o empresário hispano-luxemburguês a ter explicado os “dois fatores” que motivaram esse desfecho.
“Em primeiro lugar, os custos de funcionamento do clube e, sobretudo, do estádio, entre a renda anual e os pagamentos em atraso [estimados em 42,5 milhões de euros]. Depois, o aspeto mais catastrófico para nós, a não decisão sobre os direitos televisivos [da Ligue 1]”, detalhou, em declarações citadas pela RMC Sport, falando sobre um negócio de 2,5 mil milhões de euros que acabou fechado com a DAZN e a beIN Sports, que irão dividir a transmissão dos jogos do campeonato francês até 2029.
“O futebol francês acaba de levar uma bofetada e nós estamos na linha da frente porque, em termos de calendário, estávamos em negociações com pessoas para quem isso era importante. Então, o FSG retirou-se”, lamentou Lopez.
Nesse sentido, o dono do Bordéus, que já investiu 60 milhões de euros desde a sua chegada ao clube, em 2021, referiu que está a trabalhar em três cenários, sendo um deles aquele que mais quer evitar: a falência e consequente desaparecimento do campeão francês em seis ocasiões na sua história.
“O primeiro é encontrar um parceiro de última hora. Fomos contactados por muitas pessoas, mas infelizmente não têm os recursos. Para um investidor que não queira vender jogadores, o investimento inicial é de 200 milhões de euros nos próximos quatro ou cinco anos. Se vender jogadores, são 80 milhões de euros”, explicou.
“A segunda opção é a liquidação e o desaparecimento do clube. Por fim, há o exemplo de um resgate ao estilo do Estrasburgo, com uma passagem para as divisões inferiores, dando-nos um intervalo de dois ou três anos para nos reconstruirmos”, completou.