No Terreiro do Paço, não falta quem dispense a companhia para assistir ao Mundial 2018 no Arena Portugal. Afinal, o que interessa é mesmo o futebol.
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Não é que Mladen Lazic nunca tenha assistido numa praça a um jogo de futebol a decorrer noutro canto do mundo, mas, na Irlanda, onde o sérvio de 32 anos está emigrado, o tempo não convida, por norma, a programas ao ar livre. Bem diferente é a realidade na sua terra natal, faça chuva ou faça sol.
"Lá há sempre muitas pessoas a ver", assegura, a atenção centrada na transmissão do Sérvia-Suíça que, ao final da tarde desta sexta-feira, atraiu algumas dezenas pessoas à Arena Portugal. Estar em Lisboa é então como estar em casa? "Não, porque lá há mais sérvios", responde, bem-disposto, ciente de que está em minoria entre os muitos suíços que escolheram o Terreiro do Paço para assistir à partida a contar para a segunda jornada do Grupo E do Mundial 2018, a decorrer na Rússia.
A ausência de companhia é óbvia, mas, para Mladen, isso não é importante. "Estou em Lisboa por três dias, sozinho", explica. Não é o único. Do outro lado da barricada, igualmente sentado no relvado da Arena Portugal, está Jean Marc Umike, turista na capital portuguesa por cinco dias. À primeira vista, até pode parecer que integra um grupo de jovens suíços vestidos a rigor para assistir a um jogo de futebol da sua seleção, mas é apenas uma ilusão. "Conheci-os aqui, há pouco", adianta.
"Às vezes até é melhor ver sozinho", desabafa, por sua vez, Marco Cunha, residente nos Olivais e pela quarta vez no Terreiro do Paço, duas das quais sem companhia. "Vim cá há dois dias e gostei do ambiente", conta o lisboeta de 29 anos, que até "é de ver os jogos em casa". Promete, ainda assim, voltar, mas não para um jogo que decorra às 13.00. "A essa hora está muito calor", justifica.
Já ao final da tarde, a Arena Portugal pode mesmo ser o local ideal para quem gosta de futebol descontrair. Que o diga João Martins, enfermeiro em Lisboa e residente em Porto Salvo, no concelho de Oeiras. "Saí do trabalho e resolvi passar por aqui, antes de ir para casa", diz, sentado encostado à bicicleta na qual ainda irá percorrer cerca de 20 quilómetros. No ecrã gigante que tapa o Tejo, a Sérvia e a Suíça vão empatando, mas, em rigor, quem joga não é o mais importante. "Basta gostar de futebol. E tudo o que seja ao ar livre é bom", remata.