"Arábia Saudita? Experiência com Rúben Neves, Otávio e Cristiano foi positiva..."
Roberto Martínez, selecionador nacional, não vê como prejudicial a presença de internacionais na Liga saudita
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Para Roberto Martínez o projeto saudita é sustentado comparativamente com outros fora da Europa.
“É analisar caso a caso. Mas o que vimos é que os jogadores de uma perspetiva física ganharam muito na Arábia Saudita”
A partir deste verão, e depois da chegada de Cristiano Ronaldo em janeiro, assistiu-se a um fenómeno de mudança de grandes jogadores para a Arábia Saudita. Pensa que os internacionais que jogam neste campeonato, menos competitivo que os europeus, podem sair prejudicados?
-Acho que o fenómeno da Arábia Saudita é diferente. A minha experiência anterior quando tive futebolistas a jogar fora da Europa, como na China e na MLS, é que todos os jogadores têm uma reação diferente. Para alguns foi uma experiência positiva para a seleção, porque o foco era um jogo por semana e depois tinham muita energia para voltar a jogar pela seleção. Houve outros jogadores em que o nível que tinham nas competições na Europa não era possível ser mantido a jogar noutra liga. É analisar caso a caso. Mas o que vimos é que os jogadores de uma perspetiva física ganharam muito na Arábia Saudita. Porque os jogos são competitivos, porque têm muitos jogos e alguns destes jogadores, nesta época, já jogaram o dobro que outros na Europa. Para alguns pode ser positivo e para outros negativo. É avaliar cada jogador separadamente, mas há agora muitos futebolistas na Arábia que jogam nas seleções europeias, é uma situação nova. A liga da Arábia Saudita está a trabalhar para ser a sexta melhor do mundo.
“A nossa experiência com o Rúben Neves, o Otávio e o Cristiano foi positiva para eles poderem jogar a um alto nível na Seleção”
E acredita que isso pode vir a acontecer?
-Pode porque eles definiram um período de dez anos, não algo inconsistente de duas ou três épocas. Falamos de dez temporadas, porque eles vão organizar o Mundial de 2034 e têm esse foco. Depois, há muitas posições, não no relvado, mas fora, com muitos profissionais da Europa que estão a trabalhar na liga da Arábia Saudita. E há muito trabalho na formação do jogador local. É um projeto diferente, nunca vi isso nas outras ligas fora da Europa. Acho que é muito interessante o ponto de partida. Quanto à nossa experiência com o Rúben Neves, o Otávio e o Cristiano foi positiva para eles poderem jogar a um alto nível na Seleção. Claro que precisamos de monitorizar e acompanhar a situação.
Não sentiu nenhuma queda de rendimento então?
-Não, até agora não. A avaliação depois do inverno pode ser diferente. Mas agora, com a informação que temos neste momento, não foi uma dificuldade para os nossos jogadores.