"Apocalipse" em Valência: "Isto é guerra, vi coisas que se vires num filme..."
O número de mortos causados pelas inundações em Espanha subiu para 226 pessoas, estando ainda 13 pessoas desaparecidas
Corpo do artigo
Na sequência da destruição causada pela tempestade DANA em Espanha, Fabio Celestini, treinador suíço que orienta o Basileia e que, na sua carreira de jogador, representou os valencianos do Levante, decidiu regressar àquela região para ajudar a população local.
Em declarações ao jornal Marca, o técnico de 49 anos admitiu que, apesar das imagens que circulam nas redes sociais e na imprensa internacional sobre os danos provocados pelas cheias de 29 de outubro, o cenário “apocalíptico” que encontrou na região de Valência deixou-o chocado.
“É muito duro. Em Basileia perguntavam-me, mas fora não se faz ideia do que está a acontecer. Há imagens, mas não entendemos a magnitude. Isto é a guerra. Nós estamos em Albal e metade do povo está destruído, na outra metade não se passa nada. É surreal passar de um lado a outro, passas da normalidade ao apocalipse. Vi coisas que se vires num filme, dizes que é ficção, exagero. Campos de futebol com quatro ou cinco pisos de carros destruídos”, descreveu.
Celestini falou ainda sobre o impacto que esta catástrofe natural teve na população valenciana, com o treinador a falar numa sensação de medo constante e apelando, nesse sentido, a que o apoio àquela região não diminua com o passar dos meses.
“Muito medo, cai uma gota e não sabes o que vai acontecer. Uma hora mudou-lhes a vida. Um familiar nosso tem uma agência de viagens e a água chegou a 1,80 metros. Se não tivesse vindo um polícia dizer-lhe que saísse porque a águia vinha aí, ter-se-ia afogado. Meia hora antes estava na agência, não chovia e de repente chegou tudo. É muito duro ver isto. Estou a falar com o clube para ajudar. Nos meses que virão irá falar-se menos, as pessoas esquecerão o choque, mas o drama será muito maior. Isto vai durar muito tempo e não podemos deixar Valência sozinha”, vincou.
O número de mortos causados pelas inundações em Espanha subiu para 226 pessoas, segundo os últimos dados oficiais do governo, que também contabiliza 13 desaparecidos.
A informação disponibilizada no site da Moncloa detalha que 218 pessoas morreram na Comunidade Valenciana, sete em Castilla-La Mancha e uma na Andaluzia.