Amiga confirma relato da alegada vítima de Dani Alves: "Nunca a vi a chorar assim"
Arrancou esta segunda-feira o julgamento do futebolista brasileiro, acusado de violar uma mulher numa discoteca de Barcelona em finais de 2022
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No dia do arranque do julgamento de Dani Alves, acusado de violar uma mulher numa casa de banho de uma discoteca de Barcelona em dezembro de 2022, a primeira testemunha da acusação a prestar depoimentos foi uma amiga da alegada vítima.
De acordo com a imprensa espanhola, a jovem, que interrompeu o seu testemunho por várias vezes devido a estar visivelmente emocionada, frisou que as relações sexuais que ocorreram naquela noite não foram consensuais, isto com base no relato que lhe foi feito pela denunciante. Salientou ainda o impacto psicológico que o episódio e o consequente mediatismo do caso têm causado na amiga.
“Estávamos as três a dançar na parte geral da discoteca e, em cima, na mesma zona, está a zona VIP. Desceram dois ou três mexicanos e perguntaram-nos se queríamos vir com eles para lá. Concordámos e fomos com eles. Ficámos pouco tempo e eles insistiram para que fôssemos para uma mesa que nos estava a convidar”, começou por relatar, prosseguindo: “Estava este senhor [Dani Alves] de pé. Tinha uma atitude viscosa, colocou a mão nas minhas costas e quase me tocou no rabo. [De seguida] Fui para o outro lado da mesa, praticamente sozinha. Uma amiga disse-me: ‘Ele acabou de me tocar na vagina toda’”.
“A prima da denunciante chamou-me e disse-me que ela precisava de se ir embora. Eu conheço-a desde que tinha três anos e nunca a vi chorar desta maneira. Ela disse: ‘Ele veio-se [ejaculou-se] lá dentro, magoou-me muito’. Chorámos as três, eu não sabia como reagir naquele momento. Dissemos-lhe que tinha de o denunciar e ela disse-me que não iam acreditar nela, que só queria ir para casa. Custou-nos muitíssimo”, admitiu.
“Ele pegou nela, atirou-a ao chão e disse algo como: ‘És a minha putinha’. Ela recebeu tratamento psicológico porque aquilo ficou com ela, como me disse. Ela não queria denunciar, estava em choque. Está muito mal até hoje, perdeu muito peso e está ansiosa. Reduziu o seu círculo de amigos porque não confia em ninguém e está obsessiva com tudo, pensa sempre que estão a olhar para ela e a tirar-lhe fotos, não sai de casa”, concluiu.
Dani Alves, que está preso preventivamente desde janeiro de 2023 e arrisca uma pena de prisão entre nove e 12 anos caso seja condenado, vai depor em tribunal na quarta-feira.