Antes de ser "a mulher bonita que mudou o futebol", como lhe chamaram em Inglaterra, foi namorada do príncipe André, filho da rainha Isabel II
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Amanda Staveley tem 47 anos e é uma empresária de sucesso que não perde uma oportunidade de negócio. Nem mesmo a doença de Huntington, herdada da mãe, a molesta para além do racional. Conseguiu até atribuir-lhe utilidade. Antes de ser "a mulher bonita que mudou o futebol", como lhe chamaram em Inglaterra, foi namorada do príncipe André, filho da rainha Isabel II, mas, quando ele lhe terá falado em casamento, bateu asas. "Se me tivesse casado com ele, a minha independência teria desaparecido", contou há uns anos ao "Daily Mail". André era bom para abrir portas, facilitar negócios, não para os travar...
Ela até nascera para ser princesa e estudou num colégio particular só para meninas - os pais diziam-lhe o que o trabalho dela seria casar bem -, mas depois de vencer o choque de ter professores homens na universidade, passou a mexer-se com à-vontade no meio da alta finança, maioritariamente dominada pelos homens. Foi já depois de ter rompido o namoro com André que fundou a PCP Capital Partners, com sede no Dubai e escritórios em Londres. Aprofundou os conhecimentos no Médio Oriente e tem sido parceira privilegiada de negócios com as famílias reais da Arábia Saudita, do Dubai e de Abu Dhabi.
Amanda tem como máxima nunca virar a cara a uma oportunidade de negócio. Como esta que já por duas vezes a levou a tentar comprar o Newcastle, como aconteceu antes com a intermediação da compra do Manchester City e, coroa de glória, o resgate ao Barclays Bank pela carteira do mesmo xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan. Falhou apenas na condução do ataque ao Liverpool pelo xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, do Dubai.
Casada desde 2011 com Mehrdad Ghodoussi, um iraniano que trabalhou na empresa dela, quando decidiu constituir família, aos 37 anos, fez exames médicos e descobriu ter herdado da mãe o gene de Huntington, que, quando ativo, pode conduzir à demência.
Casada desde 2011 com Mehrdad Ghodoussi, um iraniano que trabalhou na empresa dela, quando decidiu constituir família, aos 37 anos, fez exames médicos e descobriu ter herdado da mãe o gene de Huntington, que, quando ativo, pode conduzir à demência. Hesitou no casamento, o noivo insistiu, casaram-se e tiveram um filho. Staveley sofre de alterações de humor que afetam sua vida familiar e há longos períodos em que não consegue dormir mais de três horas por noite, mas, apesar de já ter indícios de que o gene antes adormecido se começa a manifestar, vê o lado positivo, atribuindo à doença o facto de ter uma mente brilhante. "Na verdade, é muito útil, porque eu nunca precisei de uma calculadora", conta, revelando que, no negócio do Barclays, todos se admiravam com os cálculos que fazia de cabeça. "Pensei que era boa com números, afinal estava doente."
Conta que, por causa da doença, não tem filtros e não são raras as vezes em que envergonha o marido ao dizer em festas ou cerimónias públicas aquilo que pensa e não o que esperariam que dissesse.
A componente social também é divertida para Amanda. Conta que, por causa da doença, não tem filtros e não são raras as vezes em que envergonha o marido ao dizer em festas ou cerimónias públicas aquilo que pensa e não o que esperariam que dissesse.
A salvação do Barclays e a posterior divisão de lucros pelos acionistas levou-a a processar a instituição. Pede 1,6 mil milhões. O caso é de 2017, o julgamento esteve marcado e foi adiado, mas já explicou ao juiz a razão da pressa. Espera agora que haja uma decisão a tempo de saber o que fazer ao dinheiro. Será para juntar à fortuna pessoal, estimada em mais de 130 milhões de euros.