Palavras Jacopo Gnocchi sobre a detenção do antigo internacional brasileiro para cumprir pena de prisão por violação
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A polícia brasileira prendeu na quinta-feira o ex-jogador de futebol Robinho numa das suas residências no litoral paulista para começar a cumprir a pena de nove anos de prisão imposta por violação coletiva em Itália. Jacopo Gnocchi, advogado da vítima, comentou a detenção com satisfação.
"Falei com ela, está claramente feliz. Mas como alguém pode ficar feliz com esses eventos? É um momento muito forte, porque finalmente viu o culpado [Robinho ser preso], depois de tudo que ela sofreu e o que aconteceu, ele finalmente foi colocado na prisão. Portanto, psicologicamente é um momento muito impactante. É o fim de um processo judicial também. Seguiu em frente e está vivendo a sua vida", afirmou em entrevista à ESPN.
"Digamos que agora foi um momento forte, como foi no início do julgamento. Ela particiou disso diretamente, participando de todo o processo, em todas as audiências, em todos os níveis de julgamento. Robinho e outros condenados fizeram uma escolha processual diferente. Eles nunca apareceram perante os juízes. Eles enviaram os seus advogados. E a garota, hoje, está absolutamente satisfeita, mas é certamente um momento muito, muito forte", completou.
O ex-futebolista foi condenado em Itália em 2017 por uma violação em grupo de uma jovem albanesa cometida em Milão em 2013, mas Robinho vivia em liberdade até este momento no seu país de origem, uma vez que a Constituição brasileira proíbe a extradição dos seus nacionais.
No entanto, na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça, o mais alto tribunal para assuntos não constitucionais, decidiu que Robinho deve cumprir a pena no Brasil e ordenou a sua prisão imediata.
Durante a sessão de quarta-feira, o advogado do ex-jogador do Real Madrid apontou alegadas violações do devido processo legal em Itália e alegou que a lei brasileira que permite a homologação de sentenças estrangeiras é posterior ao crime cometido, argumentos que foram rejeitados pelo juiz de instrução, Francisco Falcão.
Após tomar conhecimento da decisão do Tribunal, a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, afirmou que "isso mostra que é possível respeitar os acordos diplomáticos sem comprometer a justiça".
Nesse sentido, a ministra apelou para que a lei prevaleça, garantindo que a sentença seja cumprida, pois só assim a sociedade entenderá que as mulheres "devem ser respeitadas".