O camisola 7 de França é o único jogador gaulês que, desde 2019, já marcou a todas as distâncias da baliza, em particular no coração da área.
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Portugal volta a encontrar a França numa grande competição, após o triunfo na final do Europeu de 2016 e o empate (0-0) e a derrota (1-0) que a equipa de Fernando Santos conseguiu no duplo embate a contar para a Liga das Nações.
Portugal tem tudo em aberto para se qualificar para os oitavos da prova mas terá de ter em conta um adversário que, desde 2019, perdeu duas vezes, apenas uma em jogos "a sério": os gauleses foram batidos pela Turquia na fase de qualificação (2-0) e pela Finlândia por igual resultado, num particular a 11 de novembro do ano passado.
Para evitar sustos, a equipa das Quinas precisa, no entanto, de travar aquele que é o golo-tipo dos gauleses: de pé esquerdo, na grande área e, normalmente, protagonizado por Griezmann. Este é, aliás, o único gaulês que faturou nos últimos dois anos (tem 12 golos) tanto na pequena área como na grande e de fora da mesma, com o pé esquerdo (9), pé direito (2) e de cabeça (1).
A França chega ao terceiro jogo desta fase de grupos do Euro"2020 com quatro pontos, derivados do triunfo frente à Alemanha (1-0) e o empate (1-1), com alguma surpresa, perante a Hungria. Se frente aos germânicos pesou o autogolo - o quarto a favor da equipa de Didier Deschamps desde o início de 2019 - perante os magiares foi Griezmann quem resgatou o empate, ele que é a figura que mais decide na equipa campeã do Mundo e vice-campeã europeia. Nos últimos dois anos, o avançado pesou em 41,8 por cento dos 58 golos franceses nas últimas 26 partidas: o jogador do Barcelona tem, no período em causa, doze golos e outras tantas assistências.
O pé canhoto de Griezmann tem sido, aliás, uma das maiores fatalidades dos adversários dos gauleses no pós Mundial. É na grande área que a equipa de Deschamps mais fatura (34 golos) e Griezmann ali já "caçou" nove golos mas a sua ameaça é mais larga pois também soma duas bombas de fora da área com o pé canhoto e duas finalizações na pequena área. Uma ameaça completa para Portugal ter em conta amanhã mas sem esquecer outro canhoto letal: Giroud tem 13 tentos, ele que é o batedor de grandes penalidades também.
Bolas paradas valem 13,4 por cento
Apesar dos executantes que tem nas suas fileiras, em particular Griezmann, a França não tem tirado muito proveito das bolas paradas nos últimos dois anos. Nestes 58 golos apontados em 26 partidas, apenas oito, 13,4 por cento tiveram origem em bolas paradas: quatro de canto, três na sequência de livres indiretos e um após ressalto de um livre direto. Todas estas situações foram criadas pelo pé esquerdo de Griezmann para colegas finalizarem. A este número somam-se, ainda, três grandes penalidades - lances não contabilizados como bolas paradas - que Giroud não desperdiçou. De pé esquerdo, claro...