"A comunidade LGBT está a tentar tentar impor as suas crenças aos outros"
Pai de Marc Guéhi, que é um membro da igreja, reagiu com críticas após o filho, que capitaneia o Crystal Palace, ter escapado a uma sanção da FA após ter escrito "Eu amo Jesus" numa braçadeira de apoio à comunidade LGBT+
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Depois de Marc Guéhi ter escapado a uma sanção da Federação Inglesa de Futebol (FA) por ter escrito “Eu amo Jesus” na sua braçadeira de capitão, pintada de arco-íris no âmbito de uma campanha de apoio à comunidade LGBT+, o pai do central do Crystal Palace reagiu com críticas.
Em declarações ao jornal Daily Mail, o pai do internacional inglês, membro da igreja, acusou a FA de um duplo critério, isto depois de Sam Morsy, capitão do Ipswich, ter recusado usar essa braçadeira devido às suas “crenças religiosas” - não arriscou um castigo porque não quebrou o regulamento, ao contrário de Guéhi - como muçulmano, e foi mais longe, visando a própria comunidade LGBT+.
“Ele ofendeu alguém? Não me parece. Eu acredito no que a Bíblia diz e Jesus ama toda a gente. Por isso, na minha opinião, Marc não ofendeu ninguém com o que escreveu. Jesus amou toda a gente, por isso escrever ‘Eu amo Jesus’ na sua braçadeira... não vejo o que tem de ofensivo ou qual é o problema. Se virem o que a comunidade LGBT está a fazer, estão a tentar impor as suas crenças aos outros, é uma contra a outra, mas no final do dia, todos têm direito a uma opinião. Se essa opinião tem o objetivo de ofender, então há um problema, mas se é apenas para expressar aquilo que sinto, então penso que está tudo bem e não acho que o que Marc escreveu seja ofensivo”, defendeu.
“Ele está a falar dele mesmo, de que ama Jesus e ele não recusou usar a braçadeira como Morsy, as pessoas deveriam prestar mais atenção a quem recusou usá-la. Marc disse ‘Sim’ e fez a coisa certa ao usá-la, mas as pessoas estão a criticá-lo pelo que escreveu. Ele estava apenas a tentar equilibrar a mensagem, dizendo: ‘Deram-me esta braçadeira e, enquanto cristão, não acredito na vossa causa, mas vou usá-la’. Morsy não a usou porque disse que ia contra a sua religião, mas parace que falam mais do Marc do que dele”, prosseguiu.
Salientando o facto de Inglaterra ser um país “cristão”, o pai de Guéhi vincou ainda que a ameaça de castigo da FA, com base no seu regulamento, demonstra hipocrisia por parte do organismo.
“A FA fica feliz quando os adeptos cantam ‘God Save The King’ [hino nacional britânico] quando Inglaterra joga, que menciona Deus e religião. E ficam felizes em terem o hino religioso ‘Abide With Me’ nas finais da Taça, mas depois visam o meu filho por expressar as suas crenças. Onde está o sentido nisso? O que é que ele fez de errado? Claro que apoio o meu filho pelo que fez e ainda não falei com ele sobre isso, mas não acho que seja justo que ele seja destacado apenas por ter demonstrado as suas crenças religiosas”, concluiu.
Refira-se que Guéhi, depois de ter recebido um aviso da FA, voltou a incluir uma mensagem de teor religioso numa braçadeira de apoio à causa LGBT+ na terça-feira, no jogo entre o Ipswich e o Crystal Palace (0-1), escrevendo desta vez: “Jesus ama-te". Tendo em conta essa reprimenda anterior, tudo indica que não escapará a uma multa do organismo que tutela o futebol inglês.