A BBC à descoberta de Nuno Espírito Santo: paintball, rapel, atenção e união
Ingleses tentam perceber o sucesso do treinador do Wolverhampton na Premier League. Hassan, que o acompanhou no início da carreira, no Rio Ave, conta o que faz a diferença.
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Actividades radicais, rigor no trabalho e tempo para ouvir cada jogador são alguns dos detalhes que fazem a diferença no trabalho de Nuno Espírito Santo. O site da BBC dedica, este domingo, atenção à carreira do treinador português do Wolverhampton, na tentativa de perceber o que faz dele um dos nomes em destaque na Europa. Para encontrar a resposta, ouviu quem trabalhou com ele no início da carreira.
Hassan, internacional egípcio que esteve com o outrora guarda-redes do FC Porto quando, em 2012/13, este assumiu o comando técnico do Rio Ave, num plantel que incluía Oblak e Ederson, atualmente no Atlético de Madrid e no Manchester City, respetivamente, recuou a esses tempos. "Costumávamos fazer paintball e rapel em equipa. Era um bocadinho arriscado, mas era divertido e acabou por unir o grupo. Depois dos treinos e dos jogos, a equipa passava tempo junta, ele achava que isso era importante - quer todos unidos e, por vezes, faz coisas diferentes para criar um bom ambiente", contou o avançado, agora nos gregos do Olympiacos.
A equipa técnica de então era especialmente criativa, recordou Hassan. "Eram muito inteligentes e cheios de ideias, faziam-nos sempre querer treinar, explicou: "Às vezes, os jogadores sentem um bocadinho de preguiça, mas eles puxavam sempre por nós".
Além disso, Nuno Espírito Santo "tinha sempre tempo para falar individualmente com cada jogador, para explicar o que queria, porque tentava sempre tirar o melhor de cada um. Nunca esquecerei o que me disse para atingir um nível de topo: "Não basta sonhar, tens de trabalhar para isso". Devo-lhe muito".
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João Teixeira também ajudou a fazer o retrato do treinador do Wolverhampton que está a surpreender a Premier League: "Numa equipa pequena é mais fácil gerir os egos dos jogadores. Em Inglaterra, tens tantos jogos que, se tiveres uma equipa pequena, toda a gente terá oportunidade de jogar e os jogadores sabem-no. Isso mantém toda a gente motivada, porque ninguém pode fazer 40 ou 50 jogos seguidos num ano".