Declarações de Vítor Bruno, treinador do FC Porto, após o triunfo por 3-0 sobre o V. Guimarães, este sábado, a contar para a sexta jornada da I Liga
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Exibição de Samu: "Um jogador que é tão robusto, do ponto de vista físico, acaba por ser menos produtivo do que qualquer outro jogador. E todos os contactos com ele eram assinalados, às vezes esquecemos a dimensão física, um fator importante no jogo de futebol. O Samu oferece coisas que são diferentes dos outros avançados. Eu já disse no lançamento do jogo, eu conto com todos e quando digo isto é porque conto verdadeiramente, se não, não dizia. O Samu não está totalmente identificado ainda com o jogo da equipa. Às vezes a desconectar-se um bocadinho a linguagem corporal que os colegas lhe dão, não é bem entendida ainda por ele. Ele vai aos poucos começar a criar esse tipo de otimização, de ligação com quem o pode alimentar, sobretudo começar a conhecer colegas, colegas que o podem lançar para a cara do golo, colegas que jogam mais utilizá-lo como apoio frontal, perceber o perfil de quem o acompanha é importante."
Otávio de fora: "O Otávio foi uma opção técnica. Eu sei que vão especular, vão... O Otávio conta para mim como conta o Zé Pedro, como conta o Nehuén, como conta o Tiago, como conta o Gabriel Brás. Exatamente da mesma forma. Às vezes temos de tomar decisões, e tomar decisões de proteger um jogador que estava a ser praticamente crucificado em praça pública. Às vezes é preciso tirá-los do epicentro das atenções, tirá-los daquilo que é o foco, o ónus muitas vezes que é metido em cima do jogador. É importante agora serená-lo, ele vai voltar a jogar porque eu confio muito nele, não adianta, vai voltar a jogar. Obviamente depois tem que competir com quem está ao lado dele, sabendo que tem quatro centrais que têm muita valia. Depois é uma questão de decisão minha, perceber que adversário é que vamos apanhar. Às vezes queremos, se calhar, alguém que seja mais imponente de um ponto de vista, outros se calhar com a melhor saída de bola, outros com características diferentes, depende do jogo, depende do adversário. Entendemos que para este jogo o Zé Pedro casava bem com o Nehuén, e avançamos."
Eustáquio a titular novamente: "O Eustáquio é alguém que me conhece particularmente bem, é alguém em quem eu antevejo também, no final da sua carreira como jogador, se calhar em caminho, não sei se pretende ou não, mas um futuro como treinador. Eu gosto muito de falar com os jogadores, partilhar informação com eles, discutir muito daquilo que fazemos em jogo, o porquê de o fazermos, que eles percebam o porquê e qual é a intencionalidade de determinado tipo de opção que nós tomamos. Ele pode jogar naquele espaço, ele pode também jogar mais adiantado e fazer aquilo que o Nico fez hoje, depende muito daquilo que está do outro lado. O Eustáquio é muito fiável, é um profissionalão, e às vezes não é fácil em determinados momentos dar a resposta que ele deu, tendo também estado afastado do onze nestes últimos dois, três jogos. A passagem dele na sessão também foi boa, porque fez dois jogos quase a tempo inteiro, e eu percebi que ele estava perfeitamente capaz de dar a resposta àquilo que era a exigência de um jogo com o Vitória, que tem muita qualidade e que tinha manifestado até agora. Ele interpretou muito bem a primeira parte como função de duplo pivô, depois na segunda parte eu falei com ele para ele tentar pisar outros passos do campo, para ele até tirar aqueles referenciais de pressão ao Vitória, que estavam a começar a ficar mais identificados, e às vezes basta uma conversa, um diálogo de 10, 20 segundos, e pelo conhecimento tão profundo que há entre mim e ele, as coisas rapidamente são operacionalizadas e ele responde com muita qualidade."