Declarações de André Villas-Boas, candidato às eleições do FC Porto - a 27 de abril -, em entrevista à RTP
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O André falou há pouco da sua carreira treinador, trabalhou ao mais alto nível quer no FC Porto quer em outros clubes do contexto europeu, sabe como é que hoje os grandes clubes escolhem um treinador, definem um modelo de jogo, identificam um perfil de treinador, fazem 3 ou 4 entrevistas e escolhem. O André já definiu esse perfil?
Eu gostava de começar por respeitar a palavra do treinador. O treinador Sérgio Conceição sempre se colocou à parte deste ato eleitoral, compreendo que não seja fácil para ele gerir toda a comunicação que há à volta da equipa relativamente ao ato eleitoral. É importante recordar que já o fez, ou seja, em 2020 também já era treinador do FC Porto, foi campeão nacional nesse ano e também houve um ato eleitoral. Portanto, tem essa experiência, isto não é novidade para ninguém. A realidade é que a única coisa que diverge de 2020 será o poder da candidatura de oposição. Portanto, o treinador atual do FC Porto manteve-se à parte, será a primeira pessoa que eu irei abordar quando, eventualmente.
Faz sentido nem mencionar a continuidade de Sérgio Conceição, apesar dos resultados péssimos...
Sobretudo o que faz sentido é uma conversa com o treinador atual, perceber as razões pelas quais não foi feita a sua renovação anteriormente, que podem ter a ver com as suas motivações relativamente ao seu futuro e à sua carreira. Portanto, eu como nunca falei com o treinador relativamente a este assunto, entendo fazê-lo quando…
E não falou com nenhum treinador?
Não, em absoluto.
Nem com Gasperini, o homem da Atalanta?
Em absoluto, em absoluto.
E Zubizarreta, esse nome histórico do Barcelona, que também trabalhou consigo em Marselha, vai ser o diretor desportivo do FC Porto?
Eu tive uma relação de muita empatia profissional e pessoal com o Zubizarreta. Eu tenho planos muito bem definidos relativamente à direção desportiva, o meu FC Porto do futuro assenta numa direção desportiva estruturada e será esse sempre o coração da sustentabilidade financeira do clube. A formação terá um papel a jogar, a performance tem um papel a jogar, o scouting tem um papel novo a jogar, tudo isto obedece uma direção desportiva estruturada, onde eu farei confiança a pessoas com as quais trabalhei. Portanto, é muito possível que isso aconteça, será um anúncio para breve, para esta quinta-feira. Acho que será um anúncio do agrado dos associados e são pessoas com esse…
Portanto, quando diz que é muito possível que aconteça, é porque vai acontecer na próxima quinta-feira.
Como há pouco estávamos a falar de perfis, digamos que esse obedece ao perfil desejado.
E Jorge Costa, um capitão histórico do Porto, trabalhou com ele na altura da Taça do EF em Sevilha, da Liga dos Campeões, em que o André fazia parte da equipa técnica e do José Mourinho. Qual é que vai ser o papel do Jorge Costa no FC Porto do futuro, caso o André Villas-Boas ganhe?
Neste momento o Jorge é um dos apoiantes desta candidatura, entende, como elemento histórico do FC Porto, que esta também é uma altura de mudança e por isso manifestou claramente o seu apoio pessoal no anúncio da minha candidatura e já esteve envolvido também em alguns eventos da minha candidatura. Neste momento, fico feliz por poder contar com um universo de pessoas do mundo azul e branco, com grande representatividade, que têm apoiado esta candidatura. O Jorge é uma dessas pessoas, está vinculado ao Aves, evidentemente, e logo ver
Mas é possível que haja um lugar para ele no futuro?
Vamos ver. Não queria estar a antecipar cenários.