Villas-Boas: "Não tem nada a ver com ser simpático, tem a ver com o ADN do FC Porto"
Declarações de André Villas-Boas, candidato às eleições do FC Porto - a 27 de abril -, em entrevista à RTP
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A família Pedroto apoia, o filho Rui Pedroto vai ser seu vice-presidente. Há mais de 40 anos, José Maria Pedroto dizia, enquanto formos bons rapazes, não ganharemos, algo deste género. Revê-se nessa máxima que foi quase uma refundação do clube nesse espírito de combate do FC Porto ou acha que o clube deve ser mais simpático?
Não, acho que não tem nada a ver uma coisa com outra. Sobretudo tem a ver com o ADN e a cultura de vitória do FC Porto. Essa ADN e cultura de vitória passa de geração em geração e está presente no que é nosso mais visceral. Esse, digamos que atravessa o tempo e é intemporal e será sempre intemporal. Não podemos confundir as coisas do ponto de vista competitivo e do ponto de vista do crescimento nacional, que é obrigatório para o FC Porto. Eu, neste périplo pelas casas, tenho dito frequentemente que estima-se que 88% dos associados do FC Porto estão apenas em três distritos, que é Porto, Braga e Aveiro, e 12% estão no resto do país. Para um clube que tudo ganhou no passado, isto significa muito pouco. Nós, como grande referência de clube internacional que somos, temos que também crescer nacionalmente enquanto clube de associados, porque este novo FC Porto que se levanta e esta nova vontade dos associados, esta nova liberdade de expressão por parte dos associados que esta candidatura acabou por causar, este partilhar e comunicar de via aberta entre adeptos e candidatura, deve também representar um crescimento do associativismo do FC Porto a nível nacional. Não tem nada a ver com ser simpático, tem a ver com o nosso ADN, com o que é o nosso mais emocional e visceral.
Está tranquilo em relação a toda a logística que vai envolver o ato eleitoral do dia 27 de abril?
Falta definir pequenos aspetos que estamos a tratar diretamente com o doutor Lourenço Pinto, no que toca particularmente aos delegados às mesas das candidaturas, tanto se os mesmos delegados às mesas podem ser candidatos aos órgãos ou não.Tudo isto são detalhes para facilitar o processo operacional da candidatura, ou das candidaturas, e temos estado em contacto direto com o doutor Lourenço Pinto para que o ato corra de forma operacionalmente mais eficaz e mais transparente.
Teme que alguns sócios possam votar em Pinto da Costa por gratidão?
Temer não temo, o que eu quero é que os sócios decidam racionalmente também, emocionalmente também, porque faz parte do que é o nosso ADN, do que é visceral. Há que ter uma consciência racional do futuro do FC Porto. Esta candidatura, nesta caminhada, tornou-se realmente muito forte, e estas serão, muito provavelmente, das eleições mais votadas da história do clube. Isto não só é um sinal de vitalidade, mas é também um sinal que tudo o que surgir, tudo o que for ditado como vencedor destas eleições, será uma vontade quase unânime por parte dos sócios. Acho que isso é muito importante e muito saudável. Portanto, que haja transparência, que haja escolha, que toquem as emoções, que toquem também as razões, e que o presidente eleito seja o que vai lutar pelo bem comum do FC Porto e que seja o presidente de todos os associados do FC Porto. É o que eu mais desejo.