Declarações do presidente do FC Porto aos jornalistas, à margem da 18.ª Conferência do Conselho da Europa dos Ministros do Desporto, evento no qual discursou
Corpo do artigo
Integridade no desporto: "Eu acho que é uma luta que temos de travar contra a discriminação, a violência e a corrupção no desporto. Desde a minha eleição que tenho feito questão de afirmar que o FC Porto quer ser a bandeira neste discurso em torno do futebol português, do europeu e do desporto e, ter esta oportunidade de estar aqui com ministros do Desporto no Conselho da Europa, é uma oportunidade única para refletir sobre o que se passa atualmente no futebol português e europeu. Apenas levantar algumas questões que para nós são paradigmáticas de situações que têm de ser resolvidas, entre as quais, imediatamente, a transparência. No caso do FC Porto, o caso do “desaparecimento” de Cardoso Varela, um jovem de 15 anos, para um clube amador croata e tudo o que tem que ver com a manipulação de resultados desportivos, a corrupção, ativa e passiva, de pessoas ligadas aos desporto, que queremos combater ativamente para tornar o desporto português e europeu mais digno. Essa é uma missão de um clube eclético como o FC Porto."
Assobios a Vítor Bruno e à equipa no Dragão: “Os adeptos do FC Porto sempre foram muito exigentes. O FC Porto é um clube que, evidentemente, não quer estar três anos sem ganhar o campeonato nacional. Passaram-se duas épocas desportivas sem o título nacional, portanto, a exigência está presente. O tribunal das Antas e do Dragão é muito conhecido, esteve ausente durante as últimas sete épocas da sua exigência, isso também é uma evidência, regressou em força e os adeptos sentem essa ansiedade e têm-na demonstrado. Os adeptos são soberanos, quando têm de assobiar, assobiam. Isto é a exigência do FC Porto. Estamos aqui para ganhar. Ninguém está aqui para perder e essa é a mensagem que o míster e eu temos passado ao grupo e que os jogadores sabem perfeitamente. Para nós são situações normais de lidar. Temos registado o desagrado dos atletas perante essa situação e isso é um sinal importante para nós e é um sinal de uma reeducação da massa adepta portista, porque, se os adeptos revelam descontentamento relativamente à situação, é porque também tem de haver uma reeducação e uma nova forma de estar no estádio. Jogámos recentemente contra uma equipa da Premier League que nos ganhava 2-0, invertemos o resultado para 3-2 que terminou em 3-3. Durante esse período todo, e apesar dessa crise que o Manchester United está a atravessar, os adeptos não deixaram de apoiar. Tudo isso tem a ver com uma reeducação, uma nova forma de estar. Agora, os adeptos e os sócios são soberanos. Foi tribunal das Antas, é o tribunal do Dragão. Se tem um impacto na equipa e nos jogadores, parece-me claro, porque os mesmos já estão a pedir que se pare com essa situação. Temos de lidar com ela. Estamos aqui para ganhar. É essa a exigência no FC Porto e é isso que queremos, que é ganhar.”
Criação do portal da transparência: "O FC Porto tem dado passos significativos nesse sentido através do portal da transparência e de ações como esta. Gostava de salvaguardar um ponto de honra para o FC Porto a oportunidade de estar presente numa conferência dop Conselho da Europa, onde se debate a evolução do desporto, principalmente onde se debate a manipulação de resultados, as apostas ilegais e a corrupção. Estar nestes palcos é algo fundamental, porque é aqui que se transmitem as mensagens e se combate de uma forma ativa a corrupção e onde se relata tudo o que não deve ser prática no desporto europeu. Hoje aqui, amanhã e nos próximos dias na AG da ECA, em Atenas, na sexta-feira em Milão, no festival da Gazzetta dello Sport. Estes são os palcos internacionais onde o FC Porto deve estar a liderar as conversas e esta é mais uma contra situações que queremos cada vez mais que sejam esporádicas e que não existam no desporto.”