Villas-Boas e a segurança pessoal: "Não foi o único evento a acontecer nesta caminhada..."
Declarações de André Villas-Boas, candidato às eleições do FC Porto - a 27 de abril -, em entrevista à RTP
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Os incidentes na Assembleia Geral e a Operação Pretoriano representam o que nestas eleições?
Talvez um marco histórico negro na história do clube. Em primeiro lugar, houve um sinal de grande vitalidade, ou seja, um grande movimento por parte dos associados de volta a uma Assembleia Geral que tem que ser valorizada. Este é o pré-evento, essa mobilização geral dos associados. Os incidentes que ocorrem a seguir são graves, são de intimidação, de agressões. De tentar impedir as pessoas de expressarem livremente a sua opinião. E é um dia para jamais esquecer e para jamais se repetir também.
O FC Porto vai continuar a ter claques, o que é que vai continuar e o que é que vai mudar? Se o André for presidente...
Sim, o FC Porto tem que ter, naturalmente. Os grupos de organizações adeptos representam também aquele tipo de associado, adepto e simpatizante, que gosta de viver os jogos de forma diferente, apoiando a sua equipa e cantando a favor do FC Porto. Este é um modo de estar que é respeitável e que é comum entre vários clubes europeus. O que não pode haver é desigualdades em termos de direitos e infelizmente… Entre os sócios e entre o público em geral também. Ou seja, no acesso à bilhética tem que haver igualdade e equidade, seja para adeptos e simpatizantes do FC Porto, seja para sócios do FC Porto. Eu acho que é esta falta de equidade que não existia e que levou também a muita frustração sentida por parte de alguns adeptos e por parte de alguns associados.
Desde que se começou a perceber que ia ser candidato a presidente, sentiu a sua segurança em risco, tem algum receio quando sai à rua, quando faz a sua vida?
Não, repare, houve incidentes que nós sofremos diretamente na pele e o meu zelador principalmente. Não foi o único evento que tem vindo a acontecer nesta caminhada, tentamos sempre encarar a vida de forma normal, agora são incidentes que nos marcam, a mim e à minha família evidentemente foi-nos atribuída proteção, sentimos-nos totalmente seguros, mas são eventos que não trazem boa memória.