Villas-Boas critica Liga, fala em "palco de trapalhadas em catadupa" e deixa aviso: "Se a Bélgica ultrapassar Portugal..."
Presidente portista assina o editorial da mais recente revista Dragões, no qual avisa que se a Bélgica acabar mesmo por ultrapassar Portugal no ranking, apenas o campeão português terá acesso à Liga dos Campeões. E deixa avisos e críticas à Liga Portugal
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Na edição de setembro da revista Dragões, André Villas-Boas volta a fazer mira à Liga de Clubes e ao seu presidente, Reinaldo Teixeira, a quem acusa de fazer "muito pouco" para combater o "contínuo enfraquecimento do futebol português", dando como exemplo o reagendamento do jogo com o Arouca e o ranking do país na UEFA.
"Este realismo, este ter os pés bem assentes na terra é também uma das nossas [FC Porto] marcas, obriga-nos a olhar com preocupação para continuo enfraquecimento do futebol português, transformado num palco de trapalhadas em catadupa", escreveu o presidente do FC Porto. "Depois de sermos ultrapassados pelos Países Baixos no ranking de coeficientes dos países da UEFA, vemos a Bélgica aproximar-se rápida e perigosamente. A nossa Liga enfrenta o risco real de manter o pobre lugar que ocupa ou até de perder mais um, o que acarretaria consequências graves para todo o futebol nacional", acrescentou, deixando uma imagem do que pode ser o futuro: "Se a Bélgica ultrapassar Portugal, apenas o campeão nacional participará na principal competição europeia, comprometendo receitas financeiras fundamentais para a sustentabilidade dos clubes (que veem uma parte ser solidariamente repartida por todos os clubes da Primeira e da Segunda Liga), aumentarão as dificuldades de captação e retenção de talentos e em consequência a qualidade do espetáculo e dos seus intervenientes".
"Obviamente, o valor da liga no seu todo, numa fase em que seria importante termos uma imagem e reputação robustas, cai a pique, dificultando a venda futura e a centralização dos direitos audiovisuais (que cada vez faz menos sentido na atual distribuição de adeptos na demografia portuguesa) e uma internacionalização pujante da marca. Esta situação exigiria uma resposta unida e responsável de todos os clubes, liderados por uma Liga forte e credível para garantir a competitividade do futebol português a médio e longo prazo. Esta preocupação é clara e justificaria, por parte de todos, apreensão", disse ainda.