Declarações de Frederico Varandas em entrevista à Sporting TV
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Sobre Rui Borges: “Rui Borges não fez a pré-época, não tinha o plantel para o seu sistema de jogo, com o número de jogos, com as lesões, não consegue fazer treinos. Temos de queimar estas etapas [na recuperação de jogadores], sempre dentro de um equilíbrio. Morita veio de uma lesão, recuperou da lesão. Clinicamente, estava apto, mas tinha a condição para fazer dois ou três jogos seguidos? Não tem, fez uma nova lesão, uma lesão diferente. O departamento médico existe para dar a condição física para tratar as lesões, mas não evita lesões, as lesões podem acontecer numa época desportiva. Aconteceu ao Man. City, o Arsenal perdeu o Havertz, o Martinelli, o Saka. Tem as mesmas condições para lutar pelo título? Não tem. No Sporting, cai um, caem dois, caem três, caíram oito, mas continuamos lá dentro, tenho a certeza. Se o processo estiver correto, eu continuo a acreditar no processo. Há três anos, acabámos em quarto lugar, e eu acreditava que o processo do treinador estava certo. As lesões vão condicionar a época? Não. Porquê? Pela fibra dos jogadores, pelo querer dos jogadores. Olho, enquanto presidente, mas também como diretor clínico, que são semanas em que vamos ter de lutar, resistir, porque, depois, vêm aí dois ou três pesos pesados de volta. Resistindo estas três ou quatro semanas, os jogadores vão dar a volta, e vai ser o campeonato mais saboroso de conquistar. Fiz um apanhado das equipas que estão na Liga dos Campeões. Das equipas que jogaram os play-offs, são estes os jogadores lesionados, declarados oficialmente: PSV (5), Feyenoord (10), Aston Villa (6), Man. City (6), Atalanta (5), Juventus (5), Real Madrid (5), Benfica (5 ou 6). Do ponto da vista científico, com o modelo competitivo atual, as lesões aumentar 7%. Será circunstancial, atípico, a UEFA tem de analisar e perceber a exposição que os jogadores têm, também ao nível internacional, das seleções. Podemos ter de abdicar de competições como a Taça da Liga, do ponto de vista competitivo, o Sporting tem de encarar esta competição de forma diferente. A Liga dos Campeões valoriza o clube e os jogadores, que não são sobre-humanos.”
Saída do diretor desportivo Hugo Viana após o mercado de janeiro: "Já havia um compromisso desde outubro, com a decisão do Hugo Viana, de ser diretor desportivo do Man. City na época seguinte. O Hugo Viana informou-me que, por razões pessoais, queria acabar o mercado de janeiro e seguir a sua vida. O Sporting não tinha como não aceitar."
Escolha de João Pereira como treinador principal: "Voltando ao dia 11 de novembro, seria muito difícil tomar uma decisão diferente. Tinha o plantel talhado para jogar no 3-4-3, o João Pereira não joga exatamente da mesma maneira de Rúben Amorim, mas usava a construção a três. Qualquer que fosse o treinador a seguir a Amorim, iria ser muito difícil, os jogadores não estavam recetivos a mudar o que quer que seja. O João Pereira teve de treinar a ser Rúben Amorim, não pôde ser João Pereira, as coisas não correram bem. O João regressou, está a fazer a melhor época da equipa B, os jogadores que estão com a melhor preparação, da equipa B, estão, neste momento, na equipa A. O João Pereira fará o seu caminho, e mostrará o seu valor."
Mais Rui Borges: "Estou muito satisfeito com o treinador, pela forma de trabalhar. Revejo-me na forma de olhar para os problemas. Trabalhei com dezenas de treinadores, que reagiam de forma diferente às adversidades. Este treinador, quando acontecem problemas, procura arranjar soluções. A confiança que ele transmite aos jogadores é a de que vamos ganhar, os jogadores acreditam muito no Rui Borges. Calmo, acredita muito no valor da equipa que tem, tem capacidade de adaptação. O Rui Borges é um lutador, este Sporting tem esta imagem, e o Rui Borges casou muito bem com este grupo. O Sporting vai continuar a lutar, lutar, lutar."