Ricardo, Maxi e Manafá são modelos de extremos que chegaram ao Dragão após se reinventarem como laterais. Corona também fez a posição, mas é mais decisivo no ataque.
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As adaptações nem sempre são fáceis, especialmente para quem, desde muito pequeno, foi trabalhado para fazer a diferença no ataque, mas João Mário está determinado em crescer como lateral e olha para os muitos exemplos de sucesso existentes neste século para encarar o futuro na nova posição com otimismo. O JOGO escolheu os 10 que melhor o podem inspirar e dá-os a conhecer ao lado.
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A tendência para a utilização de um extremo de formação como defesa deixou de ser uma mera solução de recurso, como sucedia no tempo (década de 90) em que Secretário [este de forma definitiva] e Sérgio Conceição se viram obrigados a cumprir a função no FC Porto, e tem aumentado ao longo dos anos, com o internacional sub-21 a ser apenas o mais recente exemplar. Manafá, com quem discute agora o lugar, é o modelo mais próximo no qual o jogador natural de São João da Madeira se pode inspirar, uma vez que deixou o Sporting como um extremo sem grande brilhantismo e ingressou no Dragão como um lateral em ascensão, ao ponto de já ter sido apontado como hipótese para a Seleção.
João Mário é o mais recente extremo a recuar para tentar vingar
João Mário tem noção de que ainda está no início do percurso e que, por isso, há vários detalhes em que precisa de melhorar. Os maiores residem no processo defensivo, uma vez que, tal como se viu na parte final do clássico com o Benfica e na receção ao Farense, os adversários procuram tirar partido do seu balanceamento ofensivo para lhe explorarem as costas. Contudo, face à concorrência existente no plantel para as alas e com a chegada iminente de Pêpê, o jogador de 21 anos sabe que a melhor hipótese de crescer no FC Porto surge como lateral-direito. Nas quatro temporadas que Sérgio Conceição leva no Dragão, de resto, os laterais-direitos mais utilizados fizeram a formação como extremos: primeiro Ricardo Pereira, que se fixou na posição no Nice e acabou por render 20 milhões de euros; depois Maxi, que era médio e "virou" lateral no Benfica; e, por fim, Manafá, que se notabilizou no lugar no Portimonense. Pelo meio, o treinador ainda experimentou (com sucesso) Corona.
Mas a importância do mexicano no ataque devolveu-o ao "habitat natural". Curiosamente, no Benfica vive-se uma situação semelhante com Diogo Gonçalves, esse já com mais tempo de posição.
ADAPTAÇÕES DESDE 2000
Ricardo Pereira
Atuou como lateral em Guimarães, agarrou o lugar no Nice e ganhou notoriedade no FC Porto.
Maxi
Foi adaptado por Quique Flores. É um dos mais internacionais de sempre do Uruguai.
Manafá
Fez testes como lateral na formação do Sporting, mas só se fixou no lugar no Portimonense.
Miguel
Fez-se lateral-direito com Chalana (Benfica) e participou em dois Europeus e dois Mundiais.
Fábio Coentrão
Recuou para lateral-esquerdo com Jesus e assim seguiu para o Real Madrid.
Eliseu
Encontrou-se como lateral-esquerdo no Málaga e chegou à Seleção Nacional.
João Pereira
Foi uma promessa como ala, mas perdeu fulgor e explodiu em Braga à direita da defesa
Acuña
Jesus aplicou-lhe no Sporting a mesma receita de Coentrão e mudou-se para o Sevilha.
Duda
Médio/ala de raiz, arranjou espaço na Seleção como lateral-esquerdo e fez a posição no Málaga.
Ricardo Esgaio
Passou de extremo no Sporting a um dos melhores laterais-direitos da Liga NOS em Braga.