Antigo jogador dos arsenalistas e da Fiorentina preferia que as duas equipas se encontrassem na final da Conference League. Antigo internacional português falou a O JOGO e atribui 60 por cento de favoritismo ao Braga, por quem fica a torcer por ser português, mas alerta para a qualidade individual da Fiorentina.
Corpo do artigo
A eliminatória entre o Braga e a Fiorentina é especial para Nuno Gomes. "Vão estar frente a frente dois clubes que gosto muito. Preferia que se encontrassem apenas na final da Conference League", declara a O JOGO o antigo internacional português, revelando que, por ser português, vai "torcer para que o Braga siga em frente". Reforça, no entanto, a ideia que a Fiorentina é um clube que lhe diz muito.
Sentimentalismo à parte, considera que a equipa de Artur Jorge tem boas condições de passar aos oitavos de final da Conference League. "Olhando para a fase em que as duas equipas se encontram, dou 60 por cento de favoritismo ao Braga", atribui o antigo avançado, convicto de que na quinta-feira, na Pedreira, "vai ser um bom jogo."
Nuno Gomes segue com atenção as duas equipas e acredita que, nesta primeira mão, o Braga vai tentar dar seguimento "à fase positiva que está a atravessar", procurando ainda "tirar partido do fator casa, perante os seus adeptos, para conseguir uma margem confortável para a visita a Florença". No entanto, mesmo que o resultado do primeiro jogo seja nivelado, o antigo avançado admite que "o Braga pode chegar a Itália e vencer a Fiorentina". Argumentos não faltam, garante. "Tem uma excelente equipa e um excelente plantel. Salta à vista a quantidade de boas opções que o Artur Jorge tem à disposição. É um plantel muito bem construído."
E se o Braga está em terceiro lugar no campeonato, nas meias-finais da Taça de Portugal e na Conference League, a equipa italiana tem desiludido na Serie A, ocupando um modesto 14.º lugar, sete pontos acima em relação aos lugares da descida. "A Fiorentina está a atravessar um mau momento, principalmente no campeonato, mas está a fazer uma boa campanha europeia e está nas meias-finais da Taça de Itália", analisa Nuno Gomes, lembrando que "estes jogos europeus são diferentes dos do campeonato, ainda por cima a duas mãos".
Prevendo "uma eliminatória equilibrada", o ex-avançado bracarense reforça a ideia que tem da equipa treinada por Vincenzo Italiano. "Olhando para o plantel, vemos que a Fiorentina tem bons jogadores, mas está a atravessar uma má fase e, nos últimos seis jogos, só ganhou um. No entanto, tem jogadores que podem fazer a diferença a qualquer momento", avisa, alertando para a qualidade individual do plantel "viola".
"Os portugueses conhecem bem o Luka Jovic, que jogou no Benfica e no Real Madrid, e que ultimamente tem sido mais utilizado como titular. Há ainda outro jogador no ataque, o marfinense Kouamé, assim como o Arthur Cabral, um ótimo jogador, que deu nas vistas no Basileia, mas que não tem jogado tanto por ter estado lesionado. É um jogador que pode desequilibrar. Tem ainda o Ikoné, o francês que jogava no Lille, que também é um bom jogador, assim como o argentino Nicolás González, que estava no Estugarda. Na defesa tem o Milenkovic, que já lá está há uma série de anos. No meio-campo tem o Amrabat e o Bonaventura, um jogador experiente e que esteve muitos anos no Milan", destaca o antigo internacional português.
"Em 2011/12 tínhamos uma excelente equipa"
Nuno Gomes guarda com carinho as memórias que viveu na Fiorentina e no Braga. "São dois clubes que marcaram a minha carreira", sublinha o antigo avançado, recordando a passagem pela Pedreira, em 2011/12. "Quando fui para o Braga, a minha carreira caminhava para o fim, mas gostei muito de ter passado lá uma época. Treinados por Leonardo Jardim, tínhamos uma excelente equipa, com o Quim, Lima, Rúben Amorim, Hugo Viana, Alan e muitos outros de enorme qualidade. Fui muito bem recebido e percebi a ambição do presidente António Salvador. É com bons olhos que vejo como o Braga tem progredido, inclusive no futebol de formação."
A passagem por Florença, de 2000 a 2002, também foi marcante. "Volto a Itália sempre que posso, porque gostei muito de ter jogado na Fiorentina, um clube que significa muito para mim, e que tem adeptos apaixonados. Vivi o bom e o mau; ganhei uma Taça de Itália, onde fiz um golo na final, e no ano seguinte o clube viveu momentos difíceis, com problemas financeiros, desceu aos distritais e faliu."