Treinador do Bragança e o jogo com o Braga: "Vamos à lua, mas temos que voltar à terra"
Declarações de André Irulegui, treinador do Bragança, na antevisão do jogo da Taça de Portugal contra o Braga
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André Irulegui, brasileiro que chegou a Portugal em 1988 para defender as cores do Mirandês, deixando o clube como jogador apenas em 2017, é o treinador do Bragança, colhendo frente ao Braga o seu maior embate numa carreira de treinador feita no Sendim, Mirandela e Macedo de Cavaleiros, que antecedeu a atual morada, onde vive a segunda temporada. Falou a O JOGO sobre o encontro marcado para amanhã com o Braga.
O que representa este jogo para a cidade e para o clube? "É o jogo mais importante das carreiras de todos. Pegar um clube como o Braga, que já é um grande na 3ª eliminatória da Taça de Portugal, faz com que seja o jogo das nossas vidas. Falo por mim e pelos atletas. A cidade, em qualquer local onde a gente passe, permite respirar isso. As nossas rotinas mudaram, é um ambiente muito bom, mas são momentos completamente diferentes do nosso quotidiano. Apesar de bastante cansativo, os bastidores não são fáceis, tem sido tudo positivo, no global."
Como define a sua equipa, e como ela será capaz de discutir um apuramento com o Braga? "A identidade desde que cheguei resume-se a intensidade. É uma equipa intensa, que vive o treino e o jogo. Tenho um grupo muito interessado e profissional, falo de todos. Sabem da importância da entrega em todos os momentos, até mesmo fora do campo. O jogar da equipa, não sendo um modelo de posse, tem muita objetividade. Temos construção, criação e finalização, há muito olho na baliza. A preocupação por detrás de um jogo destes é também precavermo-nos para um adversário muito forte. Vimos praticamente todos os jogos do Braga. Sabemos que vamos estar muito tempo sem bola, mas também sabemos que, por vezes, o que se projeta sai diferente. O normal é esperar um Braga dominante, um Bragança tentando libertar-se das amarras, procurando a sua sorte, o seu golo, porque todas as equipas, em qualquer parte do mundo, têm a sua debilidade. Vamos tentar achar isso e ferir o rival, dando boa imagem, estando na discussão do resultado até final. Temos de saber as implicações do jogo no nosso caminho, estamos num planeta que não é o nosso, vamos sair para a lua, mas temos de voltar à terra e pensar logo no próximo adversário do CdP. É um parêntesis para honrar o clube e cidade, mas temos mais objetivos a respeitar."
Algum aspeto curioso destes últimos dias, seguramente muito diferentes? "A curiosidade maior destes quinze dias foram os bastidores. A equipa deixou de treinar no seu estádio, pois preciso cuidar da nossa relva. Fomos uma semana a um sintético, sem lógica, e outra semana a treinar no campo emprestado do IPP de Bragança. Na verdade, faltou trabalhar no palco que queríamos, por arrasto também tivemos de mudar o balneário. Não foi muito confortável mas, se queremos ter estes dias, temos que nos sujeitar, é um preço a pagar pela honra de receber o Braga. Reconheço que são coisas necessárias. Temos de viver com isso."