"Há dois jogadores que vão trabalhar de madrugada, e um deles, padeiro, só vai sair de manhã"
Viagem do Nacional obrigou a mudar a hora do jogo, mas o Rebordelo também teve de ajustar algumas coisas. Insulares estarão sujeitos a viagem desgastante até Vinhais, mas, sem sair de Trás-os-Montes, a equipa da casa tem às costas uma realidade cansativa, bem diferente de uma equipa profissional.
Corpo do artigo
O jogo Rebordelo-Nacional, inicialmente marcado para as 11h00, teve de ser reagendado para as 15h00, devido a contratempos dos insulares. O voo inicialmente marcado foi cancelado e os insulares só ontem à noite seguiram para Lisboa. Esta manhã, a equipa madeirense ainda viaja de avião para o Porto e segue depois para Vinhais de autocarro. Uma estafa a que Gilberto Vicente, treinador do Rebordelo, não fica indiferente.
"É complicado, sim. Ainda por cima, quando saírem da autoestrada, vão ter uns bons 50 quilómetros de curvas e contracurvas até chegarem a Vinhais", avisa, sem que tal altere muito o desequilíbrio na balança. "Se tínhamos 1% de chances de passar, teremos agora 1,5%", atira, com humor, antes de lembrar a realidade em que está inserida a sua equipa, igualmente um reflexo de resiliência.
"Esta alteração do horário também nos afetou, pelas trocas que os jogadores tinham feito nos respetivos trabalhos. Alguns estão nas obras, na agricultura e noutros serviços. Há dois que vão trabalhar no turno da madrugada, e um deles, padeiro, só vai sair de manhã", explica a O JOGO.
A juntar a estas dificuldades da vida real, há o facto de o habitual guarda-redes titular estar lesionado e um médio "titularíssimo" foi também riscado dos planos.
"Mas queremos mesmo jogar, porque, senão, isso complicaria muito o calendário do campeonato da AF Bragança, já apertado. Jogar às quartas-feiras com gente que trabalha não é fácil", acrescenta.
A semana, essa, já foi uma festa. "A televisão veio duas vezes ao treino e os jogadores deram muitas entrevistas", conta. "É daqueles jogos que tanto podemos levar seis, como ganhar por um. Vamo-nos agarrar àquele 1,5%", remata.
Leia também Bruno Fernandes pede estabilidade: "Qualquer treinador que vier estará a um jogo de uma crise"