Treinador de guarda-redes de novo chamado à baliza: "Senti que ainda estava no ativo!"
Nuno Ricardo, treinador de guarda-redes, do Esperança de Lagos, voltou à baliza, cinco anos depois, face à indisponibilidade dos três guardiões do clube
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Cerca de cinco anos depois, Nuno Ricardo voltou a ocupar a baliza e a participar num jogo oficial. O último datava de fevereiro de 2017, então no Sampedrense (AF Viseu). "Foi quando me retirei, numa altura em que já pensava pendurar as luvas. Nem a época terminei", explica o homem que, devido a uma série de imponderáveis, equipou-se de novo a rigor e defendeu as redes do Esperança de Lagos, clube que disputa o Campeonato de Portugal e no qual integra a equipa técnica, nas funções, naturalmente, de treinador de guarda-redes.
"Para ser sincero, a sensação é sempre boa. Levei muitos anos como jogador profissional, fazendo aquilo que mais gostava, mas este regresso, esporádico, não foi pelos melhores motivos", reconhece Nuno Ricardo, de 42 anos. Os lacobrigenses, de facto, foram "apanhados" numa situação insólita: Luís Pedrosa, o habitual guardião titular, fraturou uma costela, Rúben Borges lesionou-se numa mão e vai ser operado, e Rafael Candeias, que estava pronto para jogar, testou positivo à covid-19 poucas horas antes do encontro com o Louletano. "Já tinha sido inscrito, como alternativa, para ficar à disposição no banco, mas, face ao que aconteceu, tive de avançar", explica Nuno Ricardo. "Senti que ainda estava no ativo! Surpreendeu-me a maneira como os jogadores e todo o staff encararam o que se estava a passar. Foi um orgulho ver tamanha confiança e ainda hoje tenho uma certa admiração por todos".
Nuno Ricardo sofreu três golos (o Louletano venceu por 3-0 o Esperança), mas sabe que deu o melhor. "Há coisas que não se esquecem, mas há outras que o corpo já não acompanha. O resultado passa para segundo plano, o que fica mesmo é este regresso de todo inesperado, confessa o técnico que integra a equipa de Roberto Alberto desde 2017/18, depois de uma carreira em que passou por Atlético, Chaves, Portimonense, Tondela, Pinhalnovense, Operário, Ac. Viseu e Lusitano de Vildemoinhos, para além de ter "dado uma mãozinha" no Sampedrense.