À máxima segundo a qual não há nada que esteja tão mal que não possa piorar, a equipa de Pepa contrapõe a proeza de transformar o pior cenário em pontos
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Não venciam há seis jornadas; ao intervalo, perdiam por 0-2 com o Portimonense e foram para o balneário envolvidos pelo sentimento de deceção dos adeptos, a quem ofereceram uma segunda parte de sonho (sensação acentuada pelo desastre iminente do primeiro tempo) e a vitória por 3-2 - este é apenas mais um episódio numa espécie de tradição do Tondela. Sofrer primeiro e desfrutar do alívio depois é um filme a que as equipas do João Cardoso não fogem: têm duas situações de desvantagem no marcador transformadas em vitórias em cada uma das quatro temporadas na I Liga.
No registo caseiro deste campeonato, o Tondela já havia dado um golo de avanço ao Marítimo (Rodrigo Pinho, 27") para depois construir a vitória (2-1) por Tomané (30") e Arango (88"); com Rio Ave e Feirense, também partiu em desvantagem para recuperar um ponto (1-1). Dar a volta com dois golos sofridos é uma proeza que apenas se verificara por uma vez, na época passada, no 3-2 sobre o Boavista.
Se os adeptos do Tondela já sabem que, no pior cenário, podem esperar o melhor, nem por isso são aqueles que assistem a mais reviravoltas no marcador. Só nesta época, FC Porto e Sporting já o fizeram por cinco vezes cada um e o Benfica quatro - a última das quais nesta jornada, com o Feirense (1-4); seguem-se Braga e Moreirense (três) e depois os casos semelhantes ao do Tondela: Belenenses, Marítimo e Santa Clara (duas).