Médio do Vitória concedeu uma entrevista ao podcast oficial do V. Guimarães e mostrou confiança num final de época muito positivo para a equipa. Numa longa entrevista, deu ainda a conhecer o seu lado pessoal
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Início como ponta-de-lança: “O meu pai sempre foi um apaixonado por futebol e, assim que conseguiu, pôs-me a jogar ali à beira de casa. Fui jogar para o Moreirense quando tinha quatro anos. Fiquei no Moreirense dos quatro aos nove. No início, comecei como ponta-de-lança. Adorava e era muito forte no jogo de cabeça. Como é que é possível, não é?”
Formação e chegada ao Vitória: “Sempre fui dos mais pequeninos nas minhas equipas. Comecei como ponta-de-lança e, com o passar dos anos, fui recuando no campo. De ponta-de-lança passei para número 10. O número 10 já nem existe sequer. Passei para número oito, depois passei para número seis, como estou agora: seis, oito. Quando tinha nove anos, fui jogar para o Vitória. E, a partir daí, completei todas as minhas etapas de formação no Vitória até chegar aos sub-23 e depois a equipa B e agora a equipa A, ou seja, fiz o meu percurso todo praticamente no Vitória. Nem sei outra coisa sem ser o Vitória”.
Origens familiares: “O meu nome vem do lado do meu pai e a minha trisavó é que era austríaca, nasceu na Áustria, e depois casou-se com um português. É essa a ligação. O meu pai é português, o meu avô é português, o meu bisavô é português e só a minha trisavó, que é a mãe do meu bisavô, é austríaca”.
Sonho de ser chamado à Seleção: “Estaria a mentir se dissesse que não sonho com a chamada à seleção nacional. Se me perguntares se eu acredito, digo-te que acredito, claro que acredito. Se não for eu a acreditar, quem é que vai acreditar por mim? Mas não vivo diariamente a pensar nisso. Acho que pode ser fruto do trabalho que eu possa fazer no clube, no Vitória, e fruto desse trabalho posso conseguir, um dia, lá chegar. Espero que aconteça um dia. Acredito muito em mim”.
Seleção: "Sinceramente, acho que não posso jogar pela seleção austríaca, mas ainda que fosse possível, eu não quero porque não me identifico. Nunca fui à Áustria, por exemplo. Não há ligações. Não sei falar a língua. Só sei dizer o meu nome, mas de resto não sei mais nada, mas é esta a origem do nome”.
Histórias com o Jorge Fernandes: “Quando eu estava lesionado, o Jorge Fernandes também estava. Sempre que um teve uma lesão, o outro teve também. Não sei como é que é possível, mas nós estamos sempre ligados. É impressionante. Nessa fase em que estávamos lesionados, íamos os dois para todos os lados. Fomos os dois à Croácia quando foi o jogo do Hajduk Split. Íamos a Lisboa e ao Algarve ver os jogos”.
Partilhar o balneário com ídolos: “Sempre vi o André André como uma referência. Não só porque lhe reconheço muitas qualidades futebolísticas, mas também pela carreira que ele teve. Gostava de ter uma carreira parecida com a dele. Se eu tivesse uma carreira parecida com a dele, já ficava muito feliz comigo. Dividir o balneário com ele é uma sensação muito boa. Agora dou-me muito bem com ele, mas vejo-o como uma referência na mesma. O meu primeiro ano no Vitória é com o Pepa. O nosso balneário tinha o Quaresma, o Sílvio, o André. Acho que aproveitei bem a presença deles. Aprendi com eles. Foi uma sensação muito boa. E, se eles chegaram ali, foi por algum motivo. Dá para recolher sempre alguma coisa daquilo que eles fizeram e fazem no dia-a-dia, olhar para eles, para conseguirmos absorver e aplicar”.
Personalidades no plantel: “O Afonso [Freitas] tem muito mau perder. É da pessoa que ele é. Eu conheço-o há muitos anos, jogo com ele há muitos anos na formação do Vitória. Ele sempre foi assim. Ele é top, é cinco estrelas, não gosta de perder e ainda bem que ele é assim”.