Médio recupera papel vital na Europa para os jogos com o Bétis e Marco Soares, antigo colega, desfia todos os predicados
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Tiago Silva é o homem com mais cartaz do Vitória na Liga Conferência, com o prestígio de quatro assistências que fazem dele líder nesse registo na prova. Pelo meio somou ainda dois golos. É ele quem dá música, clássica e sedutora, mas também mais pesada, quando se envolve com as emoções do jogo. Em Sevilha, fará o seu 24.º encontro na UEFA.
Consolidou o talento visto quando subiu a sénior no Belenenses e o perfume de elemento nuclear no Feirense. A seu lado estava Marco Soares, internacional cabo-verdiano, agora adjunto no Paredes. Ficou uma relação fortíssima e uma admiração proporcional. “É um prazer vê-lo comandar com tanta qualidade na condução, visão e critério no passe. Faz o futebol parecer simples, pela leitura superior e uma capacidade técnica refinada. A evolução traduz a inteligência e trabalho. É um dos médios mais influentes na liga”, atira Marco, padrinho do primeiro filho de Tiago Silva. “É um dos melhores com quem joguei! Ainda hoje podia estar em qualquer plantel de Portugal”, atira, perentório.
Um desfecho animador em Sevilha passa pelo médio, garante. “Será fundamental nesta eliminatória a gerir os ritmos de jogo, a dar segurança e a manter a identidade ofensiva”, detalha, sublinhando os argumentos que fazem de Tiago um líder em campo. Será ele o rosto da inteligência tática, personalidade e qualidade na posse, perante um Bétis carregado de jogadores de grande nível. “A sua visão, capacidade de resistência à pressão e entrega podem empurrar o Vitória para um grande jogo. É uma nova oportunidade para mostrar que o seu talento merecia uma carreira ao mais alto nível , numa grande montra europeia”, vinca Marco Soares, que viu Tiago atuar com distinção no Nottingham Forest e Olympiacos, regressando a Portugal pela porta do Vitória.
“Encaixou perfeitamente no ADN e na paixão que define a nação vitoriana. Tem a criatividade e a inteligência de um médio organizador, liga os setores, acalma e acelera o jogo, mas também mete a garra e o nervo que os adeptos tanto valorizam”, eleva, forçando retrato expressivo. “Não faz só a equipa jogar, também não se esconde nos momentos difíceis e disputa cada bola como se fosse a última. Arrisca uns cartões, até! Os vitorianos adoram essa intensidade e ele está cada vez mais identificado”, ilustra, enaltecendo singular comunhão. “Ama a camisola, seja pela forma como celebra, pela entrega e a ligação com os adeptos. Vai além do jogador, entende o significado da camisola, tem esse lado emocional e combativo, e é o reflexo da alma vitoriana”, destaca.