Tiago Esgaio, "a melhor época" e as críticas ao irmão: "Atrás de um telemóvel..."
ENTREVISTA >> Tiago Esgaio atingiu a marca dos 100 jogos na última jornada do campeonato. Um número bem redondo que consolida a temporada que está a fazer:tem um golo e quatro assistências.
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A seguir aos 100, segue-se o Sporting, num reencontro com o irmão Ricardo Esgaio, jogo em que os pais, que estarão na bancada, vão torcer pelo empate.
"Um dos meus objetivos para esta temporada era chegar ao jogo 100 na Liga. Felizmente, consegui"
No último fim de semana, atingiu a marcar dos 100 jogos na I Liga. É um momento feliz?
-Sim, um dos meus objetivos para esta temporada era chegar ao jogo 100 na Liga. Felizmente, consegui. O máximo de jogos que fiz numa época foi 34 e, tendo em conta que ainda faltam sete jornadas, caso as jogue todas, até posso ultrapassar esse número e chegar aos 35 jogos.
"Esta época tem estado a correr bem. Está a ser a minha melhor época, com um golo e quatro assistências"
Nesse jogo, contribuiu com uma assistência para o único golo da partida. Foi uma boa forma de comemorar esse marco?
-Sim, e esta época tem estado a correr bem. Em relação a números, está a ser a minha melhor época, com quatro assistências e um golo. Ainda faltam sete jogos e espero continuar a aumentar esses registos.
Segue-se o Sporting e o reencontro com o irmão Ricardo Esgaio. Como são esses jogos, costumam falar antes?
-Por acaso, é a semana em que falamos menos um com o outro. Normalmente, falamos quase todos os dias, é raro o dia em que isso não acontece, mas, nestas semanas, no máximo dos máximos falamos três vezes. Antes, no estádio, falamos um bocadinho, mas nada sobre o jogo.
No campeonato, o Arouca ganhou; na Taça da Liga ganhou o Sporting. Portanto, tudo empatado, como é que perspetiva este duelo?
-Um jogo equilibrado, o Sporting é uma grande equipa, que luta pelo título. O quarto lugar não reflete o jogo deles, mas vamos encarar como mais um jogo e tentar trazer os três pontos. Isso é o mais importante.
Nestes jogos, os vossos pais torcem pelo empate?
-Ficam contentes por quem ganhar e tristes por quem perder, mas acho que o empate é o que os satisfaz mais. [risos]
"Atrás de um telemóvel é sempre mais fácil fazer uma crítica. Mas nós, jogadores, temos de saber lidar com isso"
Falando agora de uma coisa mais delicada: o Ricardo sofreu algumas críticas esta época, incluindo nas redes sociais, que é um meio fácil de atingir e atacar as pessoas. Como irmão, como viu essa situação?
-Tentava dar-lhe o meu conforto, como toda a família fez, são opiniões, nunca vamos conseguir agradar toda a gente. Como disse, e bem, atrás de um telemóvel é sempre mais fácil fazer uma crítica ou outra. Mas nós, jogadores, também temos de saber lidar com a crítica. Acho que, na altura, o meu irmão até apagou o Instagram, e fez bem, porque custa a um jogador ler algumas críticas.
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Atualmente, o Ricardo tem jogado mais. Visto de fora, também é uma forma de calar essas mesmas críticas?
-Isto é o normal dele, às vezes tem que ver com os níveis de confiança, com o momento da equipa, e ele acabou por levar um bocado por tabela. A qualidade dele está lá, e isso é o mais importante.
As redes sociais podem ter o aspeto positivo de dar mais visibilidade, mas depois também tem esse lado mais negativo...
-Sim. Eu, por exemplo, tento não ler nada sobre os jogos, porque sei que não vou conseguir agradar a todos. Fico com a minha ideia, fico com a minha consciência tranquila, e falo com quem percebe e está dentro da área do futebol. Também não vou falar sobre o trabalho de um médico, de um advogado, porque não estou nessa área, tenho de me limitar apenas ao meu trabalho.
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"O Ricardo é a minha maior referência"
Quando começou a jogar futebol, Tiago chegou a partilhar o balneário com o irmão Ricardo, na formação do Nazarenos. O lateral arouquense revelou que o irmão é "a maior referência" e, atualmente, por jogarem na mesma posição, até trocam algumas ideias. "Sempre fui melhor a defender do que a atacar, e o Ricardo era precisamente o contrário. E acho que nos tentámos ajudar muito nessa questão. Ele, agora, está mais consistente a defender e eu estou mais consistente a atacar. E acho que também passa um pouco pela troca de ideias".