<strong>ENTREVISTA </strong>(parte 1) - Danilo, médio e capitão dos dragões, encara o futuro do clube com otimismo, garantindo ainda que se sente peça influente no balneário portista. E destaca o trabalho dos mais jovens
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Danilo é a voz da experiência do FC Porto. Aos 28 anos, e a preparar-se para cumprir a sexta temporada consecutiva nos dragões, o internacional português foi peça importante na conquista da mais recente dobradinha. Curiosamente, a época até nem começou bem para o médio-defensivo.
O Comendador admite que teve uma época em crescendo. Começou mal, mas acabou em grande forma, tornando-se peça importante na conquista do campeonato e da Taça
Em entrevista exclusiva a O JOGO, Danilo admite esse mau arranque, sobretudo devido aos problemas que teve na pré-temporada. Ainda no estágio que a equipa realizou no Algarve, desentendeu-se com Sérgio Conceição e regressou mais cedo ao Porto. O problema foi rapidamente sanado e o médio manteve a braçadeira de capitão e a influência na equipa.
Ficamos com a sensação de que fez uma época em crescendo. Porque terminou melhor do que começou?
-Estava numa fase complicada, não a nível pessoal, mas a nível profissional, devido a tudo o que se passou na pré-época, e isso abalou-me um bocado e condicionou muito o meu jogo. Depois da quarentena, consegui abstrair-me daquilo que se passava ao meu redor e consegui acabar bem a época, como eu esperava.
Sentiu-se um jogador importante na equipa?
-Sinto-me sempre um jogador importante, independentemente daquilo que aconteça no campo, porque tenho uma influência muito grande na estrutura do plantel. Jogando ou não, senti-me sempre importante. Não só por ter feito um final de campeonato bom, mas também por ter influência no balneário.
"Tenho uma influência muito grande na estrutura do plantel. Jogando ou não, senti-me sempre importante"
Que avaliação faz da sua época individual e da sua evolução durante a mesma?
-Foi uma época em crescendo. De início não foi nada positivo, porque não me sentia bem física e mentalmente, mas fui crescendo e acabei a época muito bem e numa forma muito boa, dentro daquilo que estou habituado a fazer. Fiquei feliz pelo final de época que fiz.
Os jovens que venceram a Youth League podem ser a base do FC Porto no futuro?
-Sim, podem ser, mas acima de tudo já estão a ser. Uma grande parte deles já estão no plantel principal. Agora, falta a afirmação deles em termos de jogos e minutos. Mas acho que têm todas as condições para se imporem no FC Porto e levar o clube às vitórias.
Teme que o próximo campeonato seja novamente sem adeptos nas bancadas?
-Esperemos que não e que, pouco a pouco, os adeptos possam entrar, porque o futebol é feito para eles e é para eles que também jogamos. Espero que se reúnam todas as condições necessárias para que todos estejam em segurança.
O futebol é ou não diferente sem espectadores nas bancadas?
-É muito diferente. A pressão sobre nós e sobre os árbitros é diferente, além de que o ambiente no estádio é diferente. Quem joga fora não tem tanta pressão. Os adeptos dão outra energia ao futebol, é bem diferente jogar num estádio vazio e sem grande emoção.
Os testes à covid-19 são suficientes para se sentirem seguros? É algo que lhes passa pela cabeça enquanto jogam?
-Durante o jogo isso não passa pela cabeça, porque estamos focados no jogo e no resultado. No campo não estamos com isso na cabeça, mas diariamente pensamos nas consequências que pode ter. No entanto, com os testes e com os cuidados que temos, isso ultrapassa-se.