Carreira de trotamundos do técnico exibe particulares méritos na Suécia. Reputação decisiva para chegar ao Bessa e há axadrezados em Estocolmo que o corroboram. Campeão no país nórdico em 1998 pelo AIK, escocês surpreendeu o mundo ao fazê-lo com a mais insólita fórmula: melhor defesa e pior ataque.
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Stuart Baxter chegou ao Bessa com 71 anos, vendendo energia suficiente para fazer renascer a pantera. Homem de milagres, de experiências em contextos problemáticos ou em mundos distantes, sejam eles Japão, África do Sul ou Índia, o escocês tem inegáveis habilidades de liderança e de interação com aflições. A vitória arrancada em Faro, deixou o Boavista a três pontos do lugar de play-off, pertença do Aves SAD, partindo com ânimo acrescido para a receção ao Sporting.
A conquista de pontos é crucial em qualquer jogo e não há candidatos ao título que inibam essas expectativas, nem um leão armado com essa fera chamada Gyokeres, e Baxter já avisara sobre a possibilidade de o travar com uma frota de autocarros.
Grande parte da carreira do técnico britânico desenhou-se na Suécia, desde que foi sucessor de Roy Hodgson no Orebro, em 1985. Passou por Halmstads, Helgsingborg e AIK. Foi neste último que se sagrou campeão sueco, em 1998, com uma receita de sucesso surreal: melhor defesa e pior ataque da Liga.
Depois da esperança vinda de Faro, Baxter ganhou créditos e prepara a missão Sporting com um compromisso espartano. O trio de adeptos suecos dos axadrezados – Peter Fredrikson, Ruben Magnusson e Samuel Gunnarsson – amigos devotos da história e da camisola do emblema portuense e já visitantes do Bessa, como O JOGO o contou, imaginam um final feliz. “Nunca comandou uma equipa que tenha descido, acho que tem a dimensão certa para colocar o Boavista na forma que necessita para este final tão desafiante. Temos de acreditar”, nota Peter.
“Quando nasci, ele estava no auge na Suécia. Tudo o que se lê diz muito sobre a sua reputação. Ao que sabemos, existiram contactos do Boavista com a Federação sueca, impera uma ideia de talento e organização no seu trabalho”, disseca. O medo tem um nome: Gyokeres. “Temos de rezar! Ele é incomum, não sei o que lhe demos de comer, mas não foi comida normal de escola”, graceja.
“Se alguém pode, é ele!”
Outro mundo bem desbravado por Baxter foi a África do Sul, sobretudo no comando da seleção e do Kaiser Chiefs, vencendo duas ligas. O português José Ferreira, ex-CEO de Mamelodi Sundowns, SuperSport United e Bidvest, com várias conquistas, gaba a escolha das panteras. “É um gentleman à moda inglesa. Muita serenidade e competência, armando equipas com grande rigor tático. É reconhecido por trabalhar muito bem o que tem e não exigir grandes mudanças nas janelas de mercado. Uma delícia para qualquer presidente!”, frisa. “O Boavista acertou em cheio. Se alguém pode, é ele!”, garante.