Declarações de Fernando Mendes, antigo defesa de Sporting (1985/1989), Benfica (1989/1991 e 1992/93) e FC Porto (1996/1999).
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O Sporting ambiciona "dar continuidade" ao projeto com Rúben Amorim na edição 2022/23 da I Liga, apesar do título perdido para o FC Porto, avalia o ex-futebolista Fernando Mendes.
"O Sporting fez uma boa época [em 2021/22] e conseguiu um dos objetivos [revalidação da Taça da Liga]. É lógico que o objetivo [principal] era ser campeão e fez o suficiente para dar luta até ao fim. Precisa de mais capacidade para resolver certos jogos e não perder tantos pontos como perdeu estupidamente. O treinador assumiu ter perdido pontos que não faziam sentido", admitiu à agência Lusa o antigo defesa de "leões" (1985/1989) e "águias" (1989/1991 e 1992/93), que também atuou no FC Porto (1996/1999).
Contratado a meio de 2019/20, Rúben Amorim vai iniciar a terceira temporada seguida à frente do Sporting, que prioriza a conquista do 20.º título de campeão nacional, depois de ter sido destronado pelo FC Porto e falhado um bicampeonato em falta desde 1953/54.
"Acho que o FC Porto foi um justo vencedor. Parece-me que o Sporting foi extremamente prejudicado em certos jogos, que o empurraram um pouco para o segundo lugar. Fez um excelente trabalho e teve dois ou três desaires que não aconteciam em circunstâncias normais, mas são momentos. Agora, há que tentar dar continuidade, já que os opositores são fortes e não andam a dormir", advertiu o ex-lateral esquerdo internacional português.
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Fernando Mendes lembra as conquistas de um campeonato, duas Taças da Liga e uma Supertaça para salientar que "as coisas têm dado resultado" com o "3-4-3", embora sinta necessidade de "um plano B", que levou Rúben Amorim a ensaiar o "4-2-3-1" no defeso.
"Quando o Sporting estava com algumas dificuldades no ano em se sagrou campeão, o plano B era o Sebastián Coates ir quase para ponta-de-lança resolver muitas situações. Claro que [o "3-4-3"] tem funcionado e é para manter, mas tem de haver outras soluções. Vamos esperar até ao final do mês para ver se há entradas em alguma posição", notou.
Numa janela de transferências em que "leões" recrutaram o guarda-redes Franco Israel, o defesa St. Juste, o médio Morita e os extremos Fatawu, Rochinha e Trincão, o atual comentador pretende "mais uma opção" para elevar a concorrência no eixo do ataque.
"[A aposta em talentos da I Liga] Tem dado resultado até ao momento. Basta ver o caso do Morita, que tem uma capacidade excelente, jogava no Santa Clara e parece-me ser uma excelente opção. Rochinha e Trincão, apesar de ter estado fora, também estão identificados com o futebol luso. A priori, é uma boa política. São jogadores mais baratos do que os estrangeiros e os outros clubes acabarão por entrar nesse caminho", apontou.
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O avançado Pablo Sarabia, elemento verde e branco mais preponderante em 2021/22, com 21 golos e oito assistências, encabeçou o lote de saídas sonantes do conjunto de Rúben Amorim, a par dos defesas Feddal e Rúben Vinagre e do médio João Palhinha.
"Sou da opinião que o Sporting devia ter mais uma solução para ponta-de-lança. Se nós olharmos para os outros grandes adversários, há três ou quatro à disposição e algumas soluções. Muitas vezes, não se consegue resolver as coisas da forma como o Sporting joga. Tem dado para resolver muito bem em termos de campeonato nacional, mas as coisas tornam-se mais complicadas nos duelos das competições europeias", sustentou.