Após o desaire dos leões com o Chaves, O JOGO analisou os dados das últimas duas épocas sob a égide de Rúben Amorim.
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A derrota caseira do Sporting com o Chaves exibiu fragilidades dos leões tanto a defender como a atacar e, seguindo o repto de Rúben Amorim, que não quis olhar a erros individuais para justificar o desaire, O JOGO analisou as quatro exibições dos verdes e brancos na Liga e comparou-as com as médias dos últimos dois anos.
É passível de observar que este Sporting perde mais bolas, tem tendência a acelerar em demasia o seu jogo e, atrás, denota dificuldades de posicionamento e de intensidade, o que permite aos adversários atirarem mais à baliza de Adán.
A defender, este leão versão 2022/23 disputa 194 duelos em média, abaixo dos 196 do ano passado e dos 210 da equipa campeã nacional em 2020/21. Essa reação à perda e a falta de intensidade são, como O JOGO escreveu, prioridades nos trabalhos de Rúben Amorim nas últimas semanas. O número de interceções até aqui (37), encontrado através da plataforma "Wyscout", e tendo em conta que já se jogaram dois encontros grandes, contra Braga e FC Porto, devem preocupar, porque estão abaixo dos 40, de média, por jogo na Liga 2020/21. Este balanço contribui, de forma decisiva, para o descaramento dos adversários: este Sporting permitiu 9,5 remates em média por jogo e, mesmo tendo em conta a exigência fora (Braga e FC Porto), os números estão bem longe dos 7,4 e dos 6,7, este último decisivo para a conquista do título nacional.
Se os oito golos sofridos devem preocupar, também no ataque há correções a fazer. Os seis golos marcados foram obtidos em dois jogos apenas. Ou seja, os leões denotam dificuldade a marcar (nulos com Chaves e FC Porto) e a controlar, como se viu na Pedreira, no 3-3.
O Sporting de 2020/21 temporizava mais o jogo e, por isso, fazia menos passes para o último terço, menos remates e até com menor acerto nos tiros. No entanto, hoje os comandados de Rúben Amorim, rotinados ao treinador, estão pior do que em 2021/22 porque perdem mais bolas (120 ante o Chaves), fazem menos remates e menos passes para o último terço. Acresce que, na busca pelo resultado, exageram nos cruzamentos (23,2/ jogo), até quando não tiveram Paulinho disponível em três partidas. Na frente, decidir bem é arte e o leão tem faltado à aula: a cada jogo a equipa chegava a pelo menos duas finalizações vindas de contra-ataque, agora a média é de 1,75. Sarabia, em 2021/22, esquadrava com mais acerto e o Sporting não encontrou ainda em Trincão esse benefício. Razões que justificam o pior arranque desde 2001/02, época em que seria campeão.