Cumprem-se esta quinta-feira 20 anos desde o ponto final do jejum contra o Salgueiros, jogo com receita... histórica.
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Cumprem-se esta quinta-feira 20 anos desde que no relvado do Vidal Pinheiro e após um triunfo por 4-0, fruto dos golos de André Cruz (2), Ayew e Duscher, o canhão verde e branco, preso há 18 anos, lançou correntes de alegria para o ar, depois de um jejum histórico, de uma época que começou mal, mas que acabou com o país na rua, tamanha era a vontade de festejar.
Era enorme, sim, ou... não se tivessem gastado entre 20 e 30 contos (100 e 150 euros) na altura, só para assentar arraial no já extinto estádio do Salgueiros.
Não há grande novidade neste baú e O JOGO lembrou-se de contar aquelas histórias que estão bem arrumadinhas lá no fundo e que, provavelmente, muitos já não se lembram. A polémica foi gritante: sem regulamentação apropriada para o efeito e perante enchente certa, os de Paranhos não pouparam nos preços e a 9 de maio colocaram à venda, na sua sede, cerca de 5 mil bilhetes com preços compreendidos entre esses 20 e 30 contos, já depois de ter enviado 900 para os adeptos verdes e brancos. Confusão instalada, claro, mas é neste momento que o coração fala mais alto.
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Formaram-se longas filas à porta e mesmo praguejando durante a espera, ninguém arredou pé. Aliás, até houve adeptos do FC Porto a comprarem esses tais ingressos dourados, a 30 contos, para os venderem... a 60. Tudo somado, uma receita recorde de 63 mil contos para o Salgueiros, então de José António Linhares, que acabaria por confirmar a descida nessa jornada. Os de Paranhos era de Vítor Manuel; os leões de Inácio.
Em Barcelos também houve ópera
À mesma hora que no Vidal Pinheiro se jogava o Salgueiros-Sporting, no também já desaparecido Adelino Ribeiro Novo, em Barcelos, disputava-se outro dos duelos que também podia ter implicações em termos de campeão, o Gil Vicente-FC Porto: se o leão perdesse e os dragões vencessem, então as faixas seriam de "hexa" para os já "penta". Era, por isso, um chamativo, não tanto como em Paranhos, mas... ainda assim um chamativo. Os bilhetes, para não sócios, foram dos 10 aos 15 contos (50 a 75 euros), preços que os jornais da época -brincavam - diziam ser de ópera. O Gil venceu por 2-1.