O Sporting ganha os dois primeiros jogos na Champions pela primeira vez e lidera isolado o Grupo D. O onze inicial deu boa resposta, mas foi do banco que Rúben Amorim tirou os dois ases de trunfo.
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Há um ano o Sporting chegou ao final da segunda jornada da Liga dos Campeões com zero pontos e um saldo negativo de cinco golos (1-6), agora, após a grande vitória de terça-feira sobre o Tottenham (que estava invicto), por 2-0 em Alvalade, a equipa de Rúben Amorim lidera destacada o Grupo D e com um saldo de cinco golos positivos (5-0).
Com grande exibição, a equipa soube sofrer em alguns momentos e matou o jogo por Paulinho e Arthur Gomes nos instantes finais
Depois de ter ido a Frankfurt ganhar pela primeira vez um jogo europeu na Alemanha, ontem os leões mataram mais um borrego e triunfaram também pela primeira vez frente a ingleses na Champions. Esta terá sido, de resto, a mais memorável vitória do Sporting na prova.
Um resultado obtido num final de jogo que deixou em êxtase os quase 40 mil adeptos presentes no estádio mas que resultou de um trabalho notável da equipa nos 90 minutos precedentes, em que teve minutos de domínio, de sofrimento e sempre uma enorme consciência do que deveria fazer em campo.
Para memória futura ficam em destaque os golos, apontados por dois trunfos saídos do banco. Paulinho entrou por Trincão aos 72" e ajudou o Sporting a rechaçar a pressão adversária, fazendo o que sabe melhor: jogar entre linhas e segurar a bola para tabelas. Mas foi de cabeça, após canto de Pedro Gonçalves, que o avançado assinou o seu primeiro golo da época, motivando a primeira grande explosão de alegria. Logo depois, Amorim fez entrar Arthur Gomes e este teve uma estreia de sonho na Champions: há segundos em campo, recebeu o passe de Paulinho, fez uma maldade a Emerson e atirou a contar com o segundo túnel da jogada, colocando a bola por entre as pernas de Lloris.
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O guarda-redes francês, refira-se, foi o melhor do Tottenham, o que qualifica bem a exibição leonina. Na primeira parte desviou para canto um tiro cruzado de Pote e negou a Edwards um golo "maradoniano", numa jogada em que o inglês deixou quatro adversários (um deles duas vezes) do seu ex-clube para trás. E instantes antes do 1-0, Lloris voou também para negar o golo a Porro.
Organizado no seu 3x4x3 habitual frente a um rival arrumado num esquema idêntico, o Sporting entrou em campo com grande personalidade, com Ugarte e Morita brilhantes a ocupar espaços e bem na pressão e Nuno Santos a ser fundamental tanto nas manobras defensivas como nas saídas para o ataque. Isto enquanto os centrais, não obstante qualidade de Kane, Richarlison e Son, aguentavam o barco com um ou outro susto.
Mas o arranque de segundo tempo trouxe uns spurs bem mais agressivos e acutilantes e foi nessa fase que Adán se revelou decisivo, nomeadamente com duas defesas apertadas após finalizações de Emerson. Ao invés do sucedido na época passada, o Sporting mostrou-se mais maduro e correu menos riscos, designadamente nas saídas de bola a partir da defesa quando em dificuldades. Adán e os centrais não tiveram problemas em jogar longo mesmo que isso implicasse a perda de bola. Jogando com dois resultados, o empate não teria sido mau, o Sporting foi paciente o suficiente para ser letal e feliz.
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