Sérgio Conceição furioso com a eliminação do Olhanense da Taça de Portugal, com o Paços de Ferreira (2-1), num jogo perdido em três minutos.
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Sérgio Conceição não poupou árbitro, Targino e os dirigentes do Olhanense, após a derrota (2-1) com o Paços de Ferreira, esta tarde, na Mata Real. Eliminado da Taça de Portugal em três minutos, depois de ter estado a vencer, desde cedo (golo de Abdi, aos 13'), o treinador apresentou-se furioso na sala de imprensa da Mata Real e não poupou o atacante cuja expulsão, por acumulação de cartões amarelos, precipitou a viragem do marcador. Targino deixou o relvado aos 77', com o marcador favorável aos algarvios, e, aos 80', Cícero já festejava o 2-1.
Apesar de considerar "normal" a "descompensação" que mudou a história da eliminatória, o treinador não perdoou a displicência de Targino. "Claro que não posso aceitar nem entender que um jogador que tem um cartão amarelo dê um charuto na bola com o jogo parado.Um jogador assim não pode jogar na I Liga. Pelo menos, comigo não joga", declarou, em tom de sentença.
O primeiro alvo da frustração de Sérgio Conceição foi o árbitro Manuel Mota. "Nove amarelos e um vermelho: isto justifica-se?", questionou. "Já fui várias vezes prejudicado. Se ninguém do meu clube fala, falo eu", declarou. "Queria saber com que critério nomeiam os árbitros: um senhor de Braga vem a apitar a Paços de Ferreira", prosseguiu, numa aparente alusão a uma afinidade de filiação que não se aplica, uma vez que o emblema da Mata Real é da Associação de Futebol do Porto. "Não é a primeira vez que acontece, e fomos muito prejudicados, hoje. Limitaram-nos dentro do campo", acusou, sem receio de vir a ser penalizado pela crítica. "Já fui castigado mais vezes. É mais uma", desvalorizou, sem se deter: "O Yontcha fez mais faltas do que a equipa do Paços! Ele tem o mesmo estilo de jogo do Cícero, um jogo de choque. O árbitro marcou tudo!".
Sérgio Conceição confessou-se "desgastado", mas, satisfeito com quase todos os atletas - Targino foi a excepção.
Isidoro Sousa, presidente do Olhanense, preferiu esperar para esclarecer com Sérgio Conceição a reação "a quente" a propósito do lugar de Targino na equipa. Quanto ao desagrado pelo silêncio do clube perante as arbitragens, o treinador terá de continuar a conviver com ele: "Não é hábito do Olhanense falar sobre as arbitragens. Respeito a opinião dele, mas, não faço comentários senão nas instâncias próprias".