Conceição, a saída do FC Porto e a chegada a Itália: "Havia um miúdo que refilava com toda a gente"
Quando chegou a Itália, dava nas vistas pela constante irreverência
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Ao programa "FC Porto em casa", Sérgio Conceição relembrou os tempos em que, pela primeira vez na sua carreira de jogador, se aventurou no futebol estrangeiro. Mais concretamente na Lázio, onde ingressou em 1998, depois de duas épocas no FC Porto em que tinha conquistado um total de quatro títulos, entre os quais dois de campeão português.
O treinador conta que, já na altura, era um jovem de sangue quente, sempre pronto para uma acalorada troca de argumentos.
"Não foi tudo rosas quando eu e o Fernando Couto chegámos à Lázio, Havia jogadores como Sensini, Mancini, Nedved, Stankovic, Zanetti, Nesta, Veron, Almeyda, tudo malta com grandíssimas personalidades. É tudo gente com capacidade de liderança, são treinadores ou dirigentes. Havia um miúdo que tinha chegado do FC porto e que refilava com toda a gente, que tinha a mania. Tivemos algumas guerras dentro do campo que foram bastante acesas, mas éramos uma verdadeira família em jogo", conta o agora treinador.
Mas também ele estranhou algumas atitudes dos novos companheiros. Nomeadamente o facto de haver um maior distanciamento entre todos. "Estava completamente apaixonado pelo FC Porto, que me deu tudo, oportunidade de crescer e de me formar e tive muita dificuldade em sair e ir para Itália. Lá as coisas não funcionava, da mesma maneira. No FC Porto quando o filho de alguém ficava doente, as nossas esposas ligavam à noite para saber o estado de saúde, ou dois ou três jogadores iam lá a casa. Em Itália isso não existia, jogadores estavam num patamar diferente. Criou ali um choque na minha adaptação. Não sabia que terreno pisava, o que ia encontrar, havia alguma ignorância. Só queria treinar bem para ser titular. Aos poucos é que fui conhecendo o que estava à minha volta."
Palavra de grande elogio, porém, merece Roberto Mancini, uma voz de liderança no balneário, com quem muito aprendeu: "Mancini é um grande amigo, não falamos muitas vezes. Uma vez por mês, talvez. Quando cheguei a Itália, na Lázio, era a voz do Eriksson no campo. Era alguém experiente que respeitávamos muito. Vinha do FC porto que, normalmente, tinha essas referencias eu continuei a tê-las em Itália com o Roberto Mancini. Ficava comigo depois dos treinos, juntamente com o Stankovic, para percebermos a dinâmica de Itália que não era fácil. Era o campeonato mais competitivo do Mundo, na altura."
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