Declarações de Álvaro Madureira, treinador do Amarante, na antevisão do jogo frente ao Sporting, marcado para esta sexta-feira, às 20h45, no Estádio de Alvalade, e referente à quarta eliminatória da Taça de Portugal
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O seu irmão conhece o João Pereira. É uma vantagem para si? “Já tinha vindo a falar, mas eu penso que isso não vai influenciar. Logicamente, se ele está no posto que está, é porque tem uma competência muito grande, porque senão não seria treinador da equipa principal do Sporting. E logicamente vai ter uma carreira de sucesso, eu acredito que sim, porque foi dando os passos necessários, foi-se preparando, para que hoje estivesse altamente preparado para o desafio que tem pela frente. É mais por aí, é tentar perceber as ideias, ir buscar à equipa B aquilo que eles faziam, para tentar-nos perceber se será transportado agora para a equipa principal, sabendo que o tempo não deve ter sido muito, até porque ele ficou privado de vários jogadores por causa das seleções. Tem um jogo com o Arsenal na próxima semana, é tentar mais perceber de que forma é que o João Pereira estará a pensar neste momento e que tipo de gestão. Contudo, onde é que aparecer do Sporting será altamente competitivo e muito desafiante.”
Pessoalmente, o que significa para si este jogo? Acha que Gyokeres vai jogar? “A primeira pergunta, para mim tem um impacto marcante também. Logicamente é o jogo contra o adversário mais poderoso que eu vou ter na carreira. Num palco também, porque nos contextos anteriores nunca tinha apanhado na Taça um clube tão mediático como o Sporting. E por isso, logicamente, ficará marcado. Eu acho que sim, que o Gyokeres vai jogar, até porque ele fez muitos golos agora pela seleção. Provavelmente o João Pereira quererá meter um 11 muito forte numa fase inicial. E se tiver que gerir, se o jogo lhe permitir gerir depois, do que fazer o contrário. Até porque neste momento ele sabe perfeitamente e já deve ter visto jogos do Amarante, não digo que tenha medo do Amarante, mas seguramente vai-nos respeitar e vai querer resolver o jogo cedo. E nós lá estaremos para contrariar isso e para que a gestão não possa ser realizada.“
Como faz uma estratégia partilhada? “Acima de tudo nós temos a consciência de que o jogador tem que estar confortável. Se o jogador não estiver confortável, nós já não vivemos numa era militar em que eu grito e mando fazer e o Vila [capitão do Amarante] vai fazer. Se calhar vai a primeira vez, a segunda, mas depois... E penso que a empatia é uma arma importante nos dias de hoje. E eu se sinto, e o Vila é defesa-central e vai jogar. Se eu obrigar o Vila a marcar o Gyokeres ou o Harder, se jogar, a 50 metros da baliza dele, provavelmente ele vai-me dizer 'mister eu não estou muito confortável, até porque ele é mais rápido do que eu' e vamos ter que arranjar uma forma em que estejamos todos numa harmonia muito grande para sermos competitivos. O mesmo é no processo ofensivo. Eu posso pedir ao Vila para querer jogar em todo lado e ele pode-me dizer 'mister eu não estou confortável porque a pressão está a cinco metros e isto em Alvalade não é como jogar aqui à porta fechada.' E é importante, para mim, logicamente, cada treinador tem a sua visão, para mim é fundamental ter essa sensibilidade e que os jogadores estejam imbuídos nessa tomada de decisão.”