
Rui Costa
FPF
Declarações à SIC do presidente do Benfica e candidato a novo mandato, nas eleições de 25 de outubro
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Direção cai ao fim de dois chumbos do Relatório e Contas: "Foram os Estatutos que os sócios aprovaram e as alíneas que os sócios do Benfica quiseram inserir. Eu considero um perigo para o futuro do Benfica. Considero que os Estatutos do Benfica, que foram feitos da forma mais democrática que podiam ter sido feitos, e apesar de o Benfica estar mais forte e blindado para o futuro, não deixam de ter algumas alíneas, como esta, que serão um perigo. Foi a AG que promoveu esta alínea e que não deixa de ser perigosa para o futuro do Benfica, porque não podemos confundir as coisas. Ainda na última AG foi chumbado um Relatório e Contas de 30 milhões de euros positivos, o que é uma situação muito estranha. O terceiro melhor resultado do clube. Nesse sentido é um perigo. Não para Rui Costa, mas para qualquer presidente. Uma situação desta é muito crítica para o clube, não pode ser só votada por 2/3 mil sócios. Têm de ser criados mecanismos. Como? Ter possibilidade de ter mais votação"
Há guerra interna? "Considerando que seja um momento eleitoral, é normal que possa haver mais divisão e daí apelo que quando acabar pensemos que somos do mesmo clube."
Ataque de Vieira a Pedro Proença é também a si? "Tem de fazer a pergunta ao próprio. Já expliquei o apoio do Benfica a este projeto. Todas as equipas da I e II divisão formalizaram o apoio a esta Direção até porque era o anterior presidente da Liga anterior."
Apoiava de novo? "Não apoio o Pedro Proença em pessoa, mas o projeto que apresentou. E o facto de ter sido o último presidente da Liga. Muita matéria tem de ser resolvida, ouviu os lamentos dos clubes e ficou de os resolver enquanto presidente da FPF. É este projeto global apoiado por todos. Não significa que apoiar o projeto para o futuro do futebol português que o Benfica esteja numa situação cómoda quando tem de manifestar-se. O Benfica quer estar à cabeça das decisões e vai estar."
O Benfica é vítima neste momento? Há uma campanha contra? "Consideramos que em muitas situações o Benfica foi prejudicado. Nem vale a pena recordar a Taça de Portugal. Falamos de poucos títulos, esse é retirado já com a Taça no Museu Cosme Damião. Cada um manifesta-se como se sente..."
O termo "lençol verde": "Ainda temos de explicar como é que um presidente sabe quantos funcionários são do Benfica, do Sporting ou do FC Porto. É uma situação que ainda está por explicar e que nos deixa muitas dúvidas também. Acima de tudo, o Benfica vai manifestar-se sempre que achar que está a ser prejudicado. Isto não significa que não apoie um projeto federativo, seja com as ideias que estão implementadas para o futebol português. Somos todos responsáveis pelo ambiente no futebol português. Toda a gente tem de ter a responsabilidade de ajudar ao crescimento do nosso futebol."
Benfica não ganhou por causa dos árbitros? "Não ganhou por muitos motivos Os próprios admitiram isso. Admitiram os falhanços. A seguir à final da Taça admitiram os erros. Na parte final do último campeonato houve erros. Não eliminam a nossa quota-parte, mas houve muitas situações que nos prejudicaram no final."
Relações cortadas com Frederico Varandas? "Não. Tenho uma relação de cortesia. Não jantamos juntos nem almoçamos juntos. Já o fizemos, mas em situações em que o futebol português estava em conjunto, em Cimeiras, em Galas em que fomos convidados, nunca almocei com Frederico Varandas ou André Villas-Boas para discutir o quer que fosse. Para mim, umas coisas não eliminam outras. Neste momento, as relações estão mais acesas porque toda a gente se está a manifestar, mas não tenho relações cortadas com ninguém. Para a indústria do crescimento do futebol não há relações cortadas com ninguém: Sporting ou FC Porto."

